O grau de incerteza entre os operadores de transporte marítimo de contentores é o mais alto dos últimos dez anos, de acordo com uma análise da consultora Drewry, citada pelo World Maritime News. Embora cada região venha a conhecer um crescimento anual no movimento portuário de contentores ao longo dos próximos cinco anos, segundo a consultora, esse crescimento será a um ritmo menor do que a própria Drewry tinha previsto.
Para esta incerteza contribuem os custos mais elevados de combustíveis induzidos pela vigência de novas regras da Organização Marítima Internacional (IMO) sobre combustíveis marítimos a partir de 2020, a antevisão de uma recessão comercial internacional e factores geo-políticos.
Nada que o Secretário-Geral Adjunto da Câmara Internacional da Marinha Mercante (ICS, na sigla inglesa), Simon Bennet, não tenha admitido recenteente, além do excesso de capacidade instalada e das tarifas de fretes ainda baixas.
Paralelamente, o crescimento da oferta de navios deverá crescer abaixo da procura até 2023, o que facilitará o actual esforço da indústria para repor o equilíbrio no mercado. Nessa data, a indústria deverá estar próxima do equilíbrio, com o índice Global Supply-Demand da Drewry nos 97.1, segundo a consultora.
Apesar dos sinais menos positivos do último ano no plano da procura/oferta, a Drewry está confiante em melhores dias porque as empresas de transporte marítimo garantiram uma subida marginal nas tarifas de fretes, revelando-se capazes de um alto grau de disciplina de preços.
De acordo com Simon Heaney, editor do relatório Container Forecaster, da Drewry,citado pelo jornal, “é essencial que que as empresas de transporte marítimo aumentem o seu ratio de recuperação relativamente ao combustível, sob pena de sofrerem graves consequências”. E nesse ponto, muitos carregadores aceitam que terão de pagar mais, mas esperam fazê-lo através de processos justificados, transparentes e fiáveis.
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