A utilização do gás natural liquefeito (GNL) como combustível de navios oceânicos não será suficiente para cumprir as metas de redução de emissões estabelecidas recentemente pela Organização Marítima Internacional (IMO, no acrónimo em inglês), como a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa em 50% face aos níveis de 2008 até 2050, segundo o instituto de pesquisa JBC Energy, refere a Safety4Sea.
De acordo com a o JBC Energy, a indústria do transporte marítimo terá que encontrar soluções complementares se quiser atingir as metas agora estabelecidas na IMO, pois o recurso apenas ao GNL deixará o objectivo a 350 milhões de toneladas de CO2 de distância.
A IMO propôs mais soluções, designadamente ganhos de eficiência, captura e armazenamento de carbono e uso de baterias e sistemas híbridos de propulsão, tendo inclusivamente determinado regras obrigatórias relativamente à eficiência no consumo de combustível, mas só em 2023 é que surgirá um plano para este efeito. Embora o GNL possa ter um efeito forte no curto prazo, o impacto do plano previsto para 2023 tenderá a ser maior, segundo o JBC Energy.
Entretanto, na sequência dos resultados da 72ª sessão do Comité de Protecção do Ambiente Marinho (Marine Environment Protection Comittee, ou MEPC) da IMO, o BunkerEx, uma plataforma online para compra e venda de combustível, considerou que os depuradores de gases de escape dos navios (scrubbers) não são, por agora, a melhor solução para atingir as metas estabelecidas naquela reunião. E adianta que esta visão é partilhada por empresas como a Maersk, a Hapag-Lloyd e a Pacific Basin.
De acordo com estas empresas, é preferível o recurso a combustíveis mais limpos, com menor teor de enxofre, assim substituindo os combustíveis mais baratos. A Maersk terá mesmo anunciado que não vai optar pelos scrubbers e a Pacific Basin fez o mesmo no seu relatório de actividades relativo a 2017.
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