A notícia é dada pela Organização Mundial de Meteorologia das Nações Unidas que destaca ainda ter sido o último mês de Janeiro o segundo ou terceiro Janeiro mais quente desde que há registos, não deixando no entanto de assinalar também que este facto, só por si, não tem grande significado em relação ao actual estado do clima ou relativamente às alterações climáticas.
David Carlson, director do Programa Mundial de Investigação Climática, assinalando também a extraordinária perda de gelo em ambos os pólos, chama no entanto a atenção para o facto de a temperatura no solo ser apenas a ponta de um cabelo de uma longa cauda de um grande cão, sendo esse grande os Oceanos, pouco ou nada se podendo inferir a partir de observações ou medições mensais discretas.
Nesse plano, no que respeita às alterações climáticas, muito mais importante e significativo é observar a temperatura integrada dos Oceanos e o que se tem visto é a mesma vir a subir gradual e sistematicamente ao longo dos últimos anos.
Com registo de imagens de satélite ao longo dos últimos 38 anos, o que os especialistas verificam também é que, no último Inverno, é o facto de se ter verificado um recuo na extensão do gelo em ambos os pólos quando era esperado, pelo contrário, a sua expansão.
No Árctico, em Janeiro, a área de gelo atingiu os 13,38 milhões de Km2 quando, em Janeiro de 2015, já um mês em que se tinha detectado a mais reduzida área de gelo alguma vez medida, mesmo assim, a mesma era superior em cerca de 260 000 Km2 à verificada em 2016, representando numa área superior à área do Reino Unido.
Em termos percentuais, do que se está a falar é de uma redução de cerca de 8,6% no Árctico e de cerca de 22,8% no Antárctico.
Com estes dados agora revelados, o receio dos especialistas é também que período de tempos até o gelo desparecer por completo em ambos os pólos, se esteja a encurtar.
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