A perspectiva de fusões no seio do transporte marítimo de granéis sólidos parecem assinalar uma tendência em emergência, à semelhança do que ocorreu no segmento de porta-contentores e, mais recentemente, com os navios tanques, mas nem todos os operadores acreditam que tal tendência se imponha
Granéis sólidos

Nos próximos doze meses, deverão ocorrer cinco fusões entre as empresas internacionais de transporte marítimo de granéis sólidos, admitiu recentemente Robert Bugbee, presidente da companhia Scorpio Bulkers, que opera neste segmento de mercado, refere o World Maritime News. E três delas poderão ocorrer em Junho, refere o mesmo responsável, sem especificar detalhes sobre as empresas envolvidas ou os termos dos negócios.

Na opinião de Bugbee, a confirmação destas operações traduz a disponibilidade das empresas deste segmento em unirem-se, especialmente num momento em que os investidores manifestam preferência por aplicar o seu capital em empresas de maior dimensão, em detrimento de empresas menores. De acordo com o jornal, têm mesmo ocorrido reuniões com operadores e banqueiros de investimento para avaliar possibilidades de negócio.

O jornal refere igualmente que grandes empresas, como a Maersk Line, a Hapag-Lloyd e a CMA CGM, já ponderaram reforçar as suas frotas neste segmento para colher os devidos benefícios.

Existem no entanto opiniões divergentes quanto à vantagem e oportunidade de seguir esta via. Polys Hajioannou, Chairman e CEO da Safe Bulkers, outra operadora do mesmo segmento, não acredita que venham a ocorrer muitas fusões entre os transportadores marítimos de granéis sólidos.

“Cada empresa tem as suas próprias ideias e políticas e eu não acredito que muitas delas se juntem e dêem um grande contributo por via da consolidação”, refere o mesmo Polys Hajioannou, citado pelo mesmo jornal. O exemplo da aquisição da Quintana pelo Fredriksen Group, em 2017, terá sido uma excepção e não traduz uma tendência no sector, refere o mesmo responsável.



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