A Nippon Foundation, uma fundação japonesa dedicada à inovação social, está a levar a cabo o projecto «Nippon Foundation – GEBCO Seabed 2030» com o intuito de mapear todo o fundo do oceano até 2030, segundo comunicado oficial.
A Fundação previu aplicar 1,6 milhões de euros por ano e o seu presidente, Yohei Sasakawa, convida as comunidades marítimas internacionais a auxiliarem o projecto e espera recolher mais apoios financeiros. O projecto vai incidir em 93% no fundo dos oceanos a mais de 200 metros de profundidade e que estão frequentemente fora da jurisdição das agências hidrográficas. Os restantes 7% serão pesquisados apenas em estreita colaboração com redes hidrográficas locais.
“Compreender a batimetria (profundidade do fundo do mar) do oceano global é imperativo, não só para melhorar a navegação marítima, mas também para melhorar a nossa capacidade de prever mudanças climáticas e monitorizar a biodiversidade e recursos marinhos”, refere Sasakawa. E num documento conceptual do projecto explica que apenas se conhece 18% ou menos das profundidades dos mares e resultante do recurso a sondas acústicas, pelo que se exige algo com mais resolução, com sondas mais recentes.
O projecto, segundo a Fundação, contribuirá também para a realização do Objectivo 14 do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: conservar e usar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. E visa apoiar os esforços globais para combater a poluição ou conservar e prever a propagação de maremotos.
Desde o seu lançamento, em Junho de 2017, que o projecto tem avançado rapidamente, aproveitando a experiência de cerca de 28 organizações internacionais de todo o mundo. A sua estrutura é baseada num roteiro produzido por uma equipa de especialistas em mapeamento oceânico. Para o efeito, a Fundação criou quatro Centros Regionais, cada um com responsabilidade por uma região dos oceanos do planeta, que irão identificar os dados existentes das zonas que lhes estão designadas (disponíveis em bases de dados públicas), desenvolver protocolos para recolha de dados e software, bem como outras ferramentas para desenvolver o trabalho.
Os Centros Regionais estão baseados no Instituto Alfred Wegener (AWI), na Alemanha (abrangendo o Oceano Austral); no Instituto Nacional de Pesquisa Atmosférica e de Água (NIWA) de Wellington, na Nova Zelândia (abrange o Oceano Pacífico Sul e Oeste); no Observatório da Terra de Lamont Doherty, na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos (cobrindo os Oceanos Atlântico e Índico); e na Universidade de Estocolmo, na Suécia, em parceria com a Universidade de New Hampshire, dos Estados Unidos (Pacífico Norte e o Oceano Árctico). O Centro Global, responsável pelo gestão centralizada de dados e produtos, é baseado no Reino Unido, no National Oceanography Center, situado em Southampton.
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