A 12º edição do Santa Cruz Ocean Spirit 2018 foi marcada pela vitória da selecção francesa, no Noah Eurosurf Junior 2018. Para o último dia já só restavam os três países, sendo que Portugal seguia a liderar, com 11 atletas no quadro final principal. No entanto, o Noah Eurosurf Junior 2018 terminou com a equipa francesa em primeiro lugar, com 10.496 pontos, a espanhola em segundo, com 10.281 pontos, e a portuguesa em terceiro, com 10.203 pontos.
A prova de Longboard Sub-18, apesar de difícil, pois o surfista português esteve a perder durante a maior parte do heat, foi ganha por António Dantas que, com um hang 10 (manobra usada no longboard) no final, virou o painel a seu favor e terminou com 13,97 pontos, deixando o seu concorrente Cornelius como vice-campeão, com 13,70.
“Lá dentro estava a pensar na minha família, no meu irmão, que está cá presente, nos meus colegas de equipa e a pensar que estava a representar Portugal e que tínhamos que ganhar isto”. O surf surgiu aos quatro anos, mas a verdade é que António Dantas nunca gostou muito da modalidade. Quando, com 12 anos, viu o irmão ser campeão nacional, decidiu que também queria entrar no desporto “à séria”, tendo-se tornado agora campeão europeu de longboard.
No Surf Sub-14, Noa Dupouy foi o campeão europeu de Surf e Nicolas Paulet vice-campeão. “Adoro este tipo de ondas, pois são muito parecidas com as que temos em França. Surfei como costumo surfar e resultou. Estou super feliz”, disse o atleta de 14 anos, Noa Dupouy.
Já no Bodyboard Sub-16, a luta pelos títulos foi entre dois portugueses e dois espanhóis, com Armide Soliveres a levar o troféu, com uma pontuação total de 15,60, seguido de Javier Domingues, que ficou com 15.43. “A verdade é que me sentia bem preparado e consegui entrar facilmente no mar, apesar da corrente. Lá dentro, o meu principal rival era o Javier e sei que também era o seu”, confessa, Armide Soliveres.
Sean Gunning, mantendo-se sempre na liderança Surf Sub-16, foi o grande líder, seguido por Afonso Antunes, vice-campeão, e Guilherme Ribeiro, em terceiro lugar.
Podemos dizer que Nadia Erostarbe e Mafalda Lopes “tinham contas por acertar”. Em Marrocos, quando a espanhola estava a vencer, a portuguesa, com manobras no final, acabou por vencer. E, desta vez, Nadia não “parou quieta na água” e foi a surfista que apanhou mais ondas nesta final de Surf Sub-18 Feminino, terminando a prova com 13,93. Mafalda terminou assim em segundo lugar com uma pontuação total de 13,53.
No Bodyboard Sub-18, foi França quem levou o troféu, com o surfista Yon Aimar, mas o vice-campeão ficou em Portugal, com David Vedor a conseguir um score total de 13,37 no heat.
Thomas Debierre, grande surfista que deixou todos estupefactos, fez, no final do seu heat, uma onda perfeita que lhe valeu a nota máxima, 10 pontos. O francês não só contribuiu para a vitória da equipa, como obteve a nota mais alta de todo o campeonato. “Estava confiante e segui as instruções do meu treinador. Não há melhor forma de acabar o campeonato”, afirmou.
“Foi um campeonato bem disputado. Portugal esteve à frente todos os dias da prova. Infelizmente chegámos ao último dia e não nos demos tão bem, como se poderia esperar. Houve também alguma parcialidade no julgamento, o que nos prejudicou bastante. Saímos daqui de cabeça erguida e de trabalho bem feito e acreditamos que na próxima seremos campeões de certeza”, explicou João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf.
“A Filipa Broeiro e o António fizeram um campeonato exemplar. Saímos daqui com dois campeões europeus, dois vice-campeões e mais uns quantos no pódio.” Santa Cruz poderá contar com a prova de Eurosurf no próximo ano, mas “terá um formato um pouco diferente em relação aos outros anos, porque o bodyboard saiu destas competições e teremos somente surf e longboard, mas será certamente um campeonato importante e terá uma preparação também olímpica”, finaliza o presidente.
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