A BTL foi o local escolhido pela associação para apresentar um conceito previsto no Portugal Náutico, mas que só agora parece concretizar-se
Estações Náuticas de Portugal

No próximo dia 1 de Março, a Fórum Oceano – Associação da Economia do Mar vai apresentar o processo de certificação das «Estações Náuticas de Portugal» (ENP) – cujo regulamento já está aprovado internamente – numa sessão que decorrerá na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). A associação, no entanto, já fez saber que os interessados em integrar a rede das ENP devem apresentar uma candidatura à Fórum Oceano, entidade responsável pela certificação, entre 1 de Março e 30 de Junho (1ª fase).

Segundo a associação, “a avaliação dos processos de candidatura será feita por uma Comissão de Avaliação composta por um conjunto de elementos representantes de entidades relevantes no desenvolvimento da náutica, do turismo e da política do Mar”. Neste processo, a Fórum Oceano tem o “apoio do seu Grupo Dinamizador do Portugal Náutico, que conta com a participação de organizações da Administração Pública, entidades de âmbito regional do Turismo em Portugal, o Turismo de Portugal, IP, autarquias locais e outras organizações e entidades” com actividades ou competências na área da náutica.

De acordo com o que apurámos, é ao Grupo Dinamizador do Portugal Náutico que se deve este avanço. O relatório do projecto Portugal Náutico, já com alguns anos, previa a criação das EN. Agora, para o seu enquadramento, foram realizadas duas missões internacionais, a Espanha e França, para tomar conhecimento da aplicação daquele conceito no terreno.

O conceito das estações náuticas, já instituído naqueles dois países, por exemplo, contempla “uma rede de oferta turística náutica de qualidade, organizada a partir da valorização integrada dos recursos náuticos presentes num território, e que inclui a oferta de alojamento, restauração, actividades náuticas e outras actividades e serviços relevantes para a atracção de turistas e outros utilizadores, acrescentando valor e criando experiências diversificadas e integradas”, refere a Fórum Oceano.

A associação acrescenta que a rede integrará “um conjunto de actores identificados com um território, nomeadamente administrações locais, entidades regionais e locais de turismo, clubes náuticos, marinas e portos de recreio, operadores marítimo-turísticos, estabelecimentos hoteleiros e de restauração, entre outros”, cujo papel terá importância ao nível da diversificação da oferta turística, do combate à sazonalidade, do aumento do gasto por visitante, da imagem de referência e qualidade e da promoção conjunta de produtos turísticos a nível internacional.

De acordo com a Fórum Oceano, embora as ENP sejam “maioritariamente destinos de costa, também nos territórios do interior existem condições para avançar com o processo de certificação em planos de água estáveis, como rios, lagos e albufeiras de barragens”.

Segundo apurámos, o regulamento terá que ser aprovado pela direcção da Fórum Oceano e deverá ser apresentado publicamente no próximo dia 1 de Março, juntamente com o formulário para as candidaturas.



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