Afirmar ser o factor humano a causa preponderante dos acidentes marítimos pode parecer uma verdade de La Palice mas, como sublinha Miguel Sequeira, Director do GAMA (Gabinete de Acidentes Marítimos), essa evidência aponta também para duas importantes consequências: a importância de uma contínua atenção e evolução dos marítimos, bem como das respectivas condições de trabalho.


2 comentários em “Factor humano decisivo nos acidentes marítimos”

  1. Pedro diz:

    Interessantes ilações a retirar. Grato Miguel Sequeira e Gonçalo!

  2. António Costa diz:

    Independentemente de serem frequentes os acidentes provocados por falha ou negligência humana, tornou-se prática corrente atribuir-se, invariavelmente, falha humana a todos os acontecimentos e incidentes marítimos.
    Creio ser um facto assente, provado cientificamente, que qualquer acidente é o corolário de um somatório de factores contribuintes para o acontecimento final. No entanto a razão, nos últimos anos, é sacramental: falha humana.
    Será que não haverá uma falhazinha do armador ou do perito da classificadora ao não identificação de um problema estrutural que propiciasse os acontecimentos? Um bug informático que comprometesse a navegação eletronica? A insuficiência de efectivos tripulantes a bordo e excesso de trabalho?
    A prestigiada revista Forbes publicou um artigo, muito interessante, que versa esta temática que afirma ser mais fácil culpar a tripulação que o armador ou a autoridade de bandeira por manutenção deficiente.
    Leiam aqui: https://www.forbes.com/sites/nishandegnarain/2020/10/07/the-dark-forces-surrounding-the-captains-lawyers-in-mauritius-wakashio-oil-spill-ship-case/#2949063e49ce

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