A Exposição Euromaritime-Eurowaterways, da qual o Jornal da Economia do Mar é Media Partner, a realizar-se no final de Janeiro em Paris, constitui-se já como um principais encontros do sector marítimo e fluvial em âmbito Europeu, sendo assim importante perspectivar o que irá ser a Edição de 2017 com o respectivo Comissário, Philipe Fourrier.

– Qual o concepção geral que guia as Conferências da 3ª Euromaritime-Eurowaterways?

– A estrutura das Conferências foi significativamente alterada para esta 3ª Edição da Euromaritime-Eurowaterways. Queremos seguir o mais próximo possivel as principais questões e acompanhar os principais assuntos da actualidade com um Programa mais técnico e mais coerente, tudo subordinando assim, consequentemente, a um único tema diário, subdivido em três distintos mas complementares paineis diários.

 

– Nesse enquadramento, qual o âmbito da Exposição e respectivas Conferências este ano?

Este ano temos programados 3 grandes temas para os três dias da Exposição e respectivas Conferêcias.

O primeiro dia, 31 de Janeiro, seá dedicado ao Dia Europeu do Transporte, subdivindo o grande tema em três distintos paineis, como a perspectiva da actual sobrecapacidade e como ultrapassar tal situação; competitividade, compreendendo como a Europa, de certo modo, se encontra presa numa situação  de impasse, procurado também perceber o que se poderá fazer para avançar, terminando com uma abordagem às questões da inovação e de como será eventualmente possível criar um novo momentum económico, se assim podemos dizer.

No segundo dia, 1 de Fevereiro, a preocupação centrar-se-á sobre os assuntos relacionados com a energia das correntes marinhas, de certo modo, já bem estabelecida na Europa mas importantando perceber também, antes de mais, em que medida é que tal se verifica efectivamente, bem como avaliar as diferentes possibiliades, seja no domínio marítimo, propriamente dito, fluvial e estuarino, assim como os respectivos desafios económicos e, evidentemente, qual o possível papel deste tipo de produção energética no conjunto das energias renováveis marinhas, verificando até se é possível retirar lições de tudo quanto anteriormente foi realizado no que respeita ao desenvolvimento da tecnologia de produção de energia eólica.

Finalmente, no terceiro e último dia, 2 de Fevereiro, as atenções voltar-se-ão essencialmente para as novas possibilidades e eventuais soluções no que respeita à propulsão eléctrica, abordando-se questões como a de saber, por exemplo, para que tipo de embarcações será hoje o diesel-eléctrico apropriado, a utilização da energia eléctrica durante a atracagem em porto, capacidades de fornecimento dessa mesma energia, custos de desenvolvimento de soluções, ou ainda o estado da arte na pesquisa e de novos sistemas de produção de energia eléctrica, de novos tipos tipos de baterias e possibilidades de de novas formas de armazenagem de electricidade.

Quais os principais sectores e respectivos expositores estarão presentes?

Ao congregar a área marítima, propriamente dita, e a área fluvial, a Euromaritime-Eurowaterways, além de incluir este ano, pela primeira vez, as primeiras reuniões europeias BtoB, Business to Business, irá abranger todas as mais diversas actividades, capacidades e oferta em sectores como o da construção naval, transportes, produção de energia, turismo e a pesca, sem esquecer, evidentemente, igualmente o sector portuário, de primeira importância, englobando assim também desde Equipamentos a Serviços, a Transportes, Armação, Biotecnologia, Logística, Produção de Energias Renováveis, Educação, Formação, Investigação, Engenharia, Ambiente e Segurança, ou mesmo ainda Gestão de Infra-estruturas, tanto no âmbito marítimo, como costeiro e fluvial.
No que respeita à lista definitiva de expositores, a mesma ainda não está completamente fechada mas afigura-se-nos desde já certo podermos afimar haver um crescimento  na casa dos 25 % em relação ao número total de expositores,  quer Franceses quer Europeus, bem como a presença também de dois ambiciosos pavilhões nacionais com a Finlândia e Luxemburgo, não deixando, naturalmente, de contarmos com a presença dos maiores construtores navais, fabricantes de equipamentos e fornecedores de soluções globais da zona europeia, incluindo a Alphatron Marine, a Cadmatic OY, a CMN, a Damen Shipyards Group, o grupo DEME, Eneria Cat, CNIM, Keppel Shipyard Limited e a Piriou, para citar apenas alguns.

De qualquer modo, a lista global de expositores, em actualização, poderá ser conferida aqui.

 

– Qual o perfil dos visitantes que esperam ter nesta 3ª Euromaritime- Eurowaterways?

– Eminentemente profissionais. A Euromaritime-Eurowaterways tem-se vindo a impor nas agendas das indústrais, de uma forma ou outra, ligadas ao mar, com especial destaque para quem, de um modo ou outro, se encontra igualmente envolvido no gande projecto do Crescimento Azul Europeu, estabelecendo-se já como um dos eventos mais importantes do sector marítimo e fluvial, com cerca de 300 expositores e cerca de 6 000 visitantes, como são este anos esperados.

Por outras palavras, na grande maioria, assim podemos dizer, referimo-nos a compradores-chave do mercado Europeu, muitos dos quais convidados pelos próprios expositores, esperando-se este ano igualmente um reforço de organizações profissionais, especialmente representativas dos sectores económicos mais fortes, não deixando de ser igualmente significativo o patrocínio institucional de entidades como a Comissão Europeia, através Comissário Karmenu Vella, a par da ENMC, Rede de  Clusters marítimos Europeus, da ECSA, a Associação de Armadores Europeus, a ESPO, a Organização Europeia de Portos Marítimos, da CPMR, Conferência das Regiões Marítimas Periféricas, do próprio Cluster Marítimo Francês e da mais recente Federação Europeia de Produtores de Energias Renováveis, EREF.

 

Em termos gerais, quais os principais objectivos que a organização espera atingir com a realização desta 3ª Exposição e Conferências Euromaritime-Eurowaterways?

Com a maior frota mercante e a maior ZEE (Zona Económica Exclusiva) do mundo, com 25 milhões de quilómetros quadrados, a União Europeia gera cerca de 40% do seu PIB apenas no sector marítimo, com um valor acrescentado de cerca de 500 mil milhões de euros.

Os números são igualmente impressionantes no sector da navegação: uma rede de 41 000 km de vias navegáveis que ligam 12 países da União, responsável pelo transporte de mais de 140 mil milhões de toneladas de mercadorias.

Números que ilustram bem a considerável e crescente importância da economia marítima e fluvial na Europa, não deixando e ser igualmente importante, por conseguinte, congregar num grande evento a oferta e  procura neste sector cada vez mais decisivo sector, quer em termos económicos, o que significa também crescente emprego, quer mesmo em termos ambientais, se pensarmos, por exemplo, tanto no desenvolvimento de novas tecnologias de produção de energias renováveis como de propulsão, sendo assim um importante objectivo da organização poder dar um significativo contributo em todos esses desenvolvimentos, ou no desenvolvimento de todo esse imenso mercado, no que se constituirá também de crucial importância em 2017 os novos encontros BtoB.



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