Um estudo do Parlamento Europeu (PE) sobre descarbonização dos transportes na União Europeia (UE) datado deste mês concluiu que ainda é necessária uma redução significativa das emissões de gases com efeito de estufa neste sector para se alcançarem os objectivos climáticos de médio e longo prazo definidos no Acordo de Paris.
De acordo com o estudo, para alcançar os objectivos de longo prazo de descarbonização relativamente aos transportes é necessário desenvolver tecnologias e políticas. A mera manutenção das políticas actuais conduzirá a que em 2050, na UE, as emissões de gases com efeito de estufa no sector dos transportes (incluindo a aviação mas excluindo o transporte marítimo) seja 15% superior aos níveis de 1990.
Reconhecendo que as tecnologias actuais são insuficientes para serem atingidos os objectivos de redução de gases com efeito de estufa nos transportes, o estudo defende a necessidade de investimentos e inovações em larga escala em várias áreas e identifica alguns desafios.
No plano tecnológico, entre outros desafios, o documento admite que já estão acessíveis em larga escala inovações no domínio do baixo teor de carbono, dos combustíveis renováveis, da biomassa e da energia solar e eólica. Mas reconhece forte necessidade de bio-combustíveis sustentáveis avançados para o transporte marítimo, a aviação e os veículos pesados.
No plano político, o estudo considera que as políticas europeias actuais são insuficientes para as metas desejadas no sector dos transportes e também identifica desafios, designadamente, a necessidade de um acordo de implementação de políticas eficazes e de longo prazo de descarbonização na aviação e no transporte marítimo. Os avanços nestas áreas têm sido curtos e há larga margem para implementar tais políticas.
Relativamente ao transporte marítimo, o estudo considera que a proposta do PE de incluir as emissões de gases de efeito de estufa do sector no mercado europeu de troca de emissões (EU Emissions Trading System, ou EU ETS) se a Organização Marítima Internacional (IMO, no acrónimo e inglês) não implementar determinadas medidas, incluindo metas, constitui um passo importante para garantir que são tomadas medidas destinadas à redução dessas emissões neste sector após 2021.
Independentemente de sustentar novas políticas para a descarbonização dos transportes na Europa, o documento defende que devem ser mantidas e reforçadas as políticas já existentes destinadas ao consumo eficiente dos veículos, à descarbonização dos combustíveis usados no sector e à eficiência dos transportes em geral. O estudo recomenda igualmente que as políticas futuras nesta matéria devem abranger todos os tipos de transporte, incluindo a aviação e o transporte marítimo, e dirigir-se a uma vasta gama de utilizadores de energia sustentável, renovável e com baixo teor de carbono.
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