No primeiro trimestre deste ano, os estaleiros europeus receberam mais encomendas do que os seus concorrentes na Ásia, de acordo com a Associação Alemã de Construtores de Navios e Indústrias Oceanográficas, refere o World Maritime News.
Do total de 5,8 mil milhões de euros de encomendas a nível mundial, 3,3 mil milhões, ou seja, mais de 50 por cento, foram para estaleiros europeus, na maioria dos casos, com origem no segmento de cruzeiros da Europa, refere o jornal, que destaca os estaleiros alemães (Meyer Werft) e italianos (Fincantieri).
A tendência pareceu manter-se no segundo trimestre. Segundo o jornal, no princípio deste mês, o Malaysian Genting Group encomendou dez navios de cruzeiro a três estaleiros alemães, no valor total de cerca de 3,5 mil milhões de euros.
Segundo Reinhard Lüken, CEO da associação, citado pelo jornal, esta é a primeira vez em muito tempo que a tendência para a encomendas de novos navios sofre uma inversão. E reflecte uma mudança drástica face a 2015, quando a Coreia do Sul, a principal construtora naval do mundo, conquistou encomendas de 21 mil milhões de euros, ou seja, 30 por cento do total mundial, refere o jornal.
Entretanto, com o abrandamento da indústria marítima, os armadores contiveram investimentos e os estaleiros sul-coreanos ressentiram-se. No primeiro trimestre deste ano, os estaleiros da Coreia do Sul conquistaram somente seis por cento do total global das encomendas. E os três principais estaleiros do país registaram perdas superiores a seis mil milhões de euros, informa o jornal. Razão pela qual todos enfrentam rigorosos programas de reestruturação, que passam pela venda de activos e despedimentos, visando recuperar liquidez financeira.
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