Nasceu com o propósito ambicioso de explorar novas ondas grandes e dar visibilidade aos surfistas portugueses e ao turismo de Portugal, num país de grandes spots (locais apropriados) para este tipo de modalidade – como é o caso do canhão da Nazaré. E fazem agora quatro anos que o projecto EDP Mar Sem Fim se edificou com a produção da The Summit Sports Agency e o apoio da EDP, de Governos regionais (como o caso dos Açores), autarquias, (Nazaré), da Yamaha, da Azores Airlines, entre outros, homologado pela Federação Portuguesa de Surf. Até agora, daqui já resultaram oito expedições aos Açores, um centro de expedição móvel, um hangar na Nazaré (quartel geral dos surfistas portugueses), oito bolsas entregues, 12 prémios atribuídos e um português no circuito mundial de surf de ondas grandes, segundo comunicado da EDP.
Com 18 sufistas envolvidos no projecto, entre os quais, Garrett McNamara, Alex Botelho, Hugo Vau, Joana Andrade e João de Macedo, o projecto tem agora o objectivo de, nas próximas expedições (leia-se surf trip), visitar o ponto mais ocidental da Europa – a Ilha das Flores – que tem um enorme potencial de surf, segundo a EDP. Para isso, já começaram a recolher informações meteorológicas de forma a preverem o local certo. “Paralelamente, a Ilha da Madeira e outros pontos do oceano do Atlântico estão também no radar do projecto EDP Mar Sem Fim”, refere o comunicado.
Criando condições para que os surfistas se possam destacar nas grandes ondas, o projecto, que se iniciou com uma expedição à ilha de São Miguel, em 2014, já entregou oito bolsas EDP Mar Sem Fim, um total de 17 mil euros, uma das quais a Alex Botelho, que utilizou a sua bolsa da 3ª edição do EDP Mar Sem Fim (Inverno 2015/16) para viajar até à ilha de Maui, no Havai, onde se tornou no primeiro português a surfar a mítica onde de Jaws. Bem como para João de Macedo, o único português a integrar a elite do Big Wave Tour (2011 e 2017), que corre actualmente o circuito mundial de ondas grandes com o apoio de uma Bolsa EDP de 2 mil euros.
Os prémios EDP Mar Sem Fim, por muito visíveis, consagram os portugueses que mais se destacaram nas ondas grandes. Contaram já com seis categorias na última edição: Maior onda remada, Maior onda tow-in, Maior wipeout (queda) e Melhor tubo, para além dos prémios Rookie e Girl. Ao todo, foram atribuídos 12 prémios, num total de 11.200 euros.
Só em 2017, “foram submetidas 87 ondas, um aumento em relação à temporada anterior, cujos locais mais emblemáticos do surf de ondas grandes estão bem representados nas submissões finalistas: Nazaré, Peniche, Ericeira, Açores, assim como spots de todo o mundo Austrália, México ou Indonésia”, refere Mário Almeida, responsável pelo projecto EDP Mar Sem Fim. Os prémios, como habitualmente, são abertos a todos os surfistas portugueses que queiram submeter ondas, e haverá um período de submissões (normalmente durante o Verão) e serão posteriormente entregues em Setembro.
O hangar no porto de abrigo da Nazaré é uma base logística com capacidade para acolher 14 surfistas, motas de água e cerca de 50 pranchas. O espaço tem inclusive um escritório e um espaço lounge no 1º piso, utilizado para os briefings de segurança que antecedem as sessões de surf nos dias de ondas gigantes. E nos Açores está o Expedition Center – centro operacional móvel para as expedições do projecto. Tem capacidade de transportar surfistas, pranchas (as pranchas de ondas grandes têm mais de 3 metros de comprimento) e ainda um atrelado com duas motas de água.
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