Um responsável da Maersk alertou para o risco que os operadores tradicionais do transporte marítimo correm se não acompanharem a digitalização no sector. É que já há operadores exteriores ao sector a introduzir novas tecnologias para clientes desta indústria e que constituem uma fonte de concorrência para os operadores tradicionais
Digital Container Shipping Association

O transporte marítimo deve apostar na digitalização se quiser sobreviver à concorrência que está a surgir de fora da indústria, precisamente por via da digitalização, defendeu Tim Smith, Chairman da Maersk para Norte da Ásia, durante o Fórum Mundial do Conhecimento, em Seul, na Coreia do Sul, informa o World Maritime News.

Segundo este responsável, apesar dos avanços técnicos e de navios cada vez maiores e mais complexos, o essencial do sector permanece inalterado desse há 40 anos, quando se introduziram os contentores. A digitalização, no entanto, está a mudar o panorama do transporte marítimo e da logística.

Sob esta perspectiva, a digitalização abre portas a um leque maior de concorrentes neste sector, que não os operadores tradicionais. “O mercado não vai ficar à espera que os operadores tradicionais os acompanhem com tecnologia moderna”, referiu Tim Smith, citado pelo jornal.

O mesmo responsável alertou para o facto de que várias soluções tecnológicas dirigidas às novas necessidades dos clientes do sector têm sido desenvolvidas e introduzidas no mercado por um número crescentes de start-ups de tecnologias, exteriores ao sector, que assim adquirem vantagens estratégicas e absorvem capital, em prejuízo dos operadores tradicionais.

Para responderem a esta concorrência, os operadores tradicionais terão que investir na digitalização, que cada vez mais constitui uma oportunidade para aumentar o desempenho do próprio negócio e pode representar poupanças de milhões de euros para uma empresa como a Maersk, que tem cerca de 600 navios em todo o mundo.



Um comentário em “Digitalização mobiliza concorrência no transporte marítimo”

  1. Vasco Garcia diz:

    Será assim com toda a sociedade global, dos transportes à banca, da energia ao comércio. Aliás, já está a ser e vai acelerar com a inteligência artificial ligada aos computadores quânticos. Quem não aderir, fica para trás. Os gigantes como a Maersk, são quem mais ganhará.

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