Embora sejam de esperar mais desmantelamentos de porta-contentores antes da entrada em vigor das novas regras da Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês), em Janeiro de 2020, na linha do que estava previsto, tudo indica que o fenómeno ocorrerá com uma lentidão maior do que a esperada, refere o World Maritime News, com base em dados da consultora Drewry.
A consultora refere que há muito que se esperava que as novas regras da IMO despoletassem um surto de desmantelamento, essencialmente tendo em conta que muitos navios ao serviço são velhos e pouco eficientes face às futuras exigências internacionais. Por exemplo, as tarifas de frete sobre os navios sem exaustores de gases de escape (scrubbers) devem descer, potenciando o seu fim de vida.
Todavia, os armadores têm resistido a um abate dos navios em larga escala e que poderia contribuir para reduzir o excesso de capacidade instalada no mercado, refere a consultora. Em 2018 registou-se o mais baixo nível de desmantelamento de porta-contentores dos últimos oito anos (120 mil TEU foram vendidos para abate) e que teria sido ainda menor se não tivesse ocorrido um surto de desmantelamento no último trimestre, quando metade da tonelagem no activo foi removida do mercado.
A previsão da Drewry para este ano é de um desmantelamento de 300 mil TEU, abaixo da estimativa anterior, que era de 450 mil TEU. “Apesar desta muito necessária redução, a nossa previsão de desmantelamentos para este ano fica nas 300 mil TEU, abaixo das nossa previsões prévias de 450 mil TEU”, refere a consultora.
A idade média dos porta-contentores que têm sido desmantelados este ano é de 22 anos. Mas há medida que a frota desses navios vai sendo substituída por unidades novas, a idade média do segmento desce, até aos actuais 12 anos.
Cerca de 85% dessa frota tem menos de 15 anos, pelo que é improvável que seja enviada para desmantelamento. Cerca de 10% tem entre 15 e 20 anos, dos quais pouco mais de 100 mil TEU foram adaptadas para receber scrubbers ou aguardam instalação desse sistema.
Isto deixa apenas 5% da frota com mais de 20 anos. Excluindo os poucos navios desse segmento que estão equipados com scrubbers ou que aguardam scrubbers, restam 1.15 milhões de TEU disponíveis para abate, refere a Drewry.
- Os Portos e o Futuro
- Sines não vai salvar nem a Alemanha nem a Europa…
- MAR: O Sucesso do Registo Internacional da Madeira
- Empesas de Reboque Marítimo: o drama de um mercado desvirtuado
- Registo da Madeira expande-se na Europa
- A evolução dos mercados e do transporte do Gás Natural Liquefeito
- A reduzida Marinha Mercante Portuguesa e a falta de ambição Marítima
- A transformação do «Shipping» e da Logística