As sanções que os Estados Unidos vão voltar a aplicar ao Irão, na sequência do anúncio do Presidente Trump de retirar o seu país do acordo internacional sobre a energia nuclear com aquele país, vai reflectir-se nos operadores portuários iranianos e na sua indústria marítima, refere o World Maritime News.
Entre as empresas iranianas que enfrentam a nova vaga de sanções prometidas pelos Estados Unidos estão a Islamic Republic of Iran Shipping Lines (IRISL), South Shipping Line Iran, ou suas subsidiárias, refere o jornal.
Estão igualmente sujeitas a sanções as transacções petrolíferas (incluindo aquisição de petróleo, produtos petrolíferos e petroquímicos ao Irão) com a National Iranian Oil Company (NIOC), a Naftiran Intertrade Company (NICO) e a National Iranian Tanker Company (NITC). O sector energético e financeiro também estão abrangidos pelas sanções, refere o jornal.
Os outros signatários do acordo com o Irão (França, Reino Unido, Alemanha, Rússia, China e União Europeia) opuseram-se à decisão de Trump, até porque na sequência do entendimento várias empresas ocidentais regressaram ao comércio com aquele país. E várias grandes empresas de transporte marítimo firmaram contratos e renovaram antigos contratos de cooperação.
Após esse acordo de 2015 (de que Trump agora se afasta), do qual decorreu o levantamento de sanções então impostas ao Irão, aumentou o transporte de petróleo, as empresas de transporte marítimo contentorizado restabeleceram serviços ou ampliaram os seus serviços com o Irão e os estaleiros navais sul-coreanos receberam encomendas de armadores iranianos que precisaram de renovar as suas frotas desactualizadas.
São actividades e contratos que podem agora voltar a estar em risco com a decisão do Presidente norte-americano. O Maritime Executive recorda que antes desse acordo, entre 2012 e 2016, o Irão terá perdido 134,5 mil milhões de euros em receitas do petróleo devido a uma quebra na actividade comercial e perdeu o acesso a 84 mil milhões de euros em activos financeiros colocados no estrangeiro.
O Maritime Executive refere também que a inclusão do Banco Central do Irão e outras instituições financeiras iranianas no pacote de sanções terá efeito já a partir de 12 de Maio. A publicação recorda que tradicionalmente, os compradores de crude iraniano usam estes canais financeiros para fazer pagamentos e as suas transacções podem ser afectadas. Como parecem existir excepções, a medida agora anunciada por Trump pode não afectar os compradores de todos os países por igual, refere a publicação.
- Só a criação de um Escol pode dar Vida Nova a Portugal
- Portugal: Visão Estratégica vs Cabos Submarinos
- Portugal como nó Crucial de Amarração de Cabos Submarinos
- Portugal e a (In)Segurança Energética no Golfo da Guiné
- Mar: Governo não tem conhecimento para tomar as melhores decisões
- O Mar, o gás e as inesperadas harmonias no Mediterrâneo Oriental
- Cooperação e Defesa na CPLP
- O afastamento do Reino Unido de África