Dentro de dois anos, deverá começar a construção de um túnel para navegação de navios, o Stad Ship Tunnel, no Stadhavet Sea, considerada a zona mais exposta e perigosa da costa norueguesa, segundo revela a Administração Costeira Norueguesa (Norwegian Coastal Administration, ou NCA.
Segundo declarações de Terje Andreassen, da NCA, todavia, ainda faltam juntar algumas “peças do puzzle” antes de começar a construção.
O túnel faz parte do Plano Nacional de Transportes 2018-2029, apresentado pelo Governo da Noruega no passado dia 5 de Abril, e deverá custar cerca de 293 milhões de euros, dos quais 163 milhões correspondem ao que lhe está orçamentado para a primeira parte do plano de transportes. Depois do arranque, a obra deverá demorar quatro anos a concluir.
De acordo com dados divulgados, o túnel deverá ter 1,7 quilómetros de comprimento, 50 de altura e 36 de largura e poderá ser atravessado por navios da dimensão do coastal steamer, da Hurtigruten. Para a sua construção, será necessário abrir um caminho entre Kjodepollen e Moldefjorden, retirando 8 milhões de toneladas de rocha à montanha. Depois de concluído, navios de carga até 16 mil TEU e de cruzeiros poderão navegar com um grau de segurança até aqui inexistente naquela zona.
Segundo o ministro dos Transportes da Noruega, Ketil Solvik-Olsen, “este será o primeiro túnel para navios desta dimensão em todo o mundo e torna uma das rotas de navegação mais arriscadas da Noruega mais segura para o transporte marítimo”. A CNN refere que, anualmente, registam-se de 45 a 106 dias de tempestade naquela zona, que é a parte mais estreita da península de Stad, na Noruega ocidental.
Os estudos para a selecção da rota terminaram em 2010 e o processo de certificação de qualidade em 2012. A avaliação do impacto do projecto e as conclusões técnicas relativas à pilotagem serão entregues pela NCA ao ministro do Transportes no próximo Verão, após o que se seguirá um processo externo de avaliação de qualidade antes de ser apresentado ao Parlamento, que decidirá formalmente a questão do financiamento. O World Maritime News refere, no entanto, que numa conferência de imprensa de Março deste ano, foi referido que o projecto já tinha o apoio da maioria do Parlamento.
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