O nível de confiança do sector na sua actividade à escala global é o mais elevado dos últimos anos, segundo um inquérito da Moore Stephens. A consultora, porém, recomenda um optimismo moderado devido à volatilidade do sector
GNL

Entre Novembro de 2017 e Fevereiro deste ano, o nível de confiança entre os profissionais do transporte marítimo relativamente ao seu sector de actividade foi o mais alto dos últimos quatro anos nos períodos homólogos, revela um inquérito da consultora Moore Stephens citado pelo World Maritime News.

Segundo o inquérito agora citado, em Novembro de 2017 o índice de confiança era de 6,2 numa escala de 1 a 10 e actualmente é de 6,4. Entre os armadores, neste período, o índice de confiança variou entre 6,4 e 6,6 e entre os gestores variou entre os 6,1 e os 6,4. Já entre os afretadores a variação foi considerada errática, entre 5,5 e 7, mas acima dos 4,7 registados em Agosto de 2017. Os brokers, por seu lado, registaram uma variação descendente, entre 6,3 e 6,1.

Por regiões, o índice de confiança atingiu os níveis mais elevados na Europa (entre 6,3 e 6,6), superando a Ásia (entre 5,7 e 6.3) e a América do Norte (entre 5,8 e 5,9). Note-se, no entanto, que a Europa contribuiu com 60% dos inquiridos, a Ásia com 23% e a América do Norte com 6%. África (2%), América Latina (2%) e o Resto do Mundo (7%) contribuíram com os restantes.

De acordo com o jornal, citando o mesmo documento, 64% dos inquiridos (o valor mais alto desde Maio de 2008) admitiram que os custos financeiros do sector vão aumentar. Embora a partir do próximo ano o sector possa começar a beneficiar da redução da capacidade instalada, o custo do financiamento deverá aumentar na maioria dos mercados, segundo alguns inquiridos.

Por outro lado, o factor mais referido (24%) como o que que deverá exercer maior influência no desempenho do sector ao longo dos próximos 12 meses foi a tendência da procura, seguido pela concorrência (19%) e os custos financeiros (15%).

Para a consultora, o optimismo revelado pelos inquiridos quanto ao futuro do sector, apesar da sua volatilidade e excesso de tonelagem no activo (especialmente entre os segmentos de graneleiros e navios tanque), deve ser temperado com prudência, essencialmente devido a essa mesma volatilidade.



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