A incubadora BlockLab, instituída pela Autoridade do Porto de Roterdão (APR) e pelo município de Roterdão para desenvolver a tecnologia blockchain naquele porto, concluiu as primeiras aplicações, nos domínios da energia e da logística, que serão testadas ainda este ano, segundo refere a Safety4Sea.
A rede eléctrica de Roterdão, que é alimentada por alguns fornecedores dominantes de energia com centrais a carvão, pode ser uma das beneficiárias da tecnologia. Dentro e fora do porto existem várias turbinas eólicas e diversos painéis solares que alimentam a rede,gerando uma descentralização de fornecimento, a qual implica desafios complexos.
O fornecimento de energia sustentável é irregular, porque não se pode pedir para ligar e desligar o vento ou o sol, e requer uma rede inteligente que garanta o alinhamento permanente da oferta com a procura. “A blockchain é a tecnologia que pode facilitar o funcionamento dessa rede inteligente e descentralizada, ajudando a cumprir a promessa de uma transição energética”, refere Janjoost Jullens, responsável pela aplicação energética da BlockLab no porto de Roterdão.
A cadeia logística será outra beneficiária. De acordo com a APR, em média, estão envolvidas 28 partes numa transacção de carga contentorizada e têm que trocar informação cerca de 200 vezes para garantirem que um contentor chega ao seu destino. “Para as partes de uma rede descentralizada, a cooperação é a única opção de que dispõem para melhorar a sua eficiência”, refere Aljosja Beije, responsável pela aplicação de logística da BlockLab.
O contributo da blockchain para esta questão é a capacidade da aplicação de rastrear com segurança a propriedade e a localização do manifesto de embarque da mercadoria. “Podemos desempenhar o papel de um notário, mas também provamos que só existe uma cópia do documento e de que fonte ele provém”, refere o mesmo responsável, sublinhando que isto “cria oportunidades sem paralelo para automação e transacções e mesmo para novos modelos de negócio”.
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