Na mira da ciência, da saúde, da economia, da alimentação, da estética e do ambiente

A exploração de bio-recursos marinhos (macro-organismos e micro-organismos, zooplâncton, peixes e mamíferos, moluscos, crustáceos, bivalves, macro e microalgas, bactérias, fungos, entre outros) e a sua aplicação em novas biotecnologias são actividades emergentes no âmbito da economia do mar, quer em Portugal, quer à escala global. Isso não invalida, no entanto, a existência de constrangimentos à sua evolução ou mesmo que sejam consideradas actividades num estádio de pré-desenvolvimento, como se refere no relatório Blue Growth Scenarios and drivers for Sustainable Growth from the Oceans, Seas and Coasts realizado em 2012 para a DG MARE (Direcção-Geral dos Assuntos Marítimos e das Pescas) da Comissão Europeia.

Imaginar o potencial das biotecnologias marinhas (que para Bruno Sommer Ferreira, da Biotrend, incluem não só o resultado da aplicação de bio-recursos marinhos, mas também as biotecnologias resultantes do uso de bio-recursos terrestres “com impacto em actividades económicas ligadas aos mares ou à sua preservação”) não é difícil, mas contabilizá-lo já é uma tarefa complexa, até porque os números dependem daquilo que estivermos a considerar e aí não existe consenso. Uma análise intitulada A study into the prospects for marine biotechnology development in the United Kingdom- volume 1 – strategy, de Lloyd-Evans, datada de 2005, estimava em cerca de 2,1 mil milhões de euros o potencial de mercado mundial para produtos e processos resultantes de biotecnologia marinha, dos quais 1/3 nos Estados Unidos e 2/3 noutras paragens. Já Tiago Pitta e Cunha, especialista e ex-conselheiro do Presidente da República para os assuntos do mar, bem como a Bluebio Alliance (BBA), estimavam esse valor em cerca de 5 mil milhões de euros em 2015.

Se quisermos contextualizar estes valores no conjunto mais vasto dos recursos marinhos, podemos recordar que estes últimos, estão calculados em 160 mil milhões de euros, segundo dados de 2014 da Biomarine, uma plataforma internacional que reúne centenas de CEO e investidores na área dos bio-recursos marinhos.

Quanto a Portugal, Helena Vieira, Directora Executiva da BBA e professora convidada da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, referiu ao nosso jornal que no período de 10 anos “a área dos novos usos do mar, onde se insere a biotecnologia marinha, crescerá cerca de 28% ao ano, atingindo então um valor de 500 milhões de euros”. Um bom salto face aos 31 milhões de euros que representavam em 2014 e que poderá fazer dos novos usos e recursos do mar (em que se integra a biotecnologia marinha), um dos agrupamentos estudados na Conta Satélite do Mar pela Direcção-Geral de Política Marítima (DGPM) do Ministério do Mar e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), porventura, a área de maior crescimento no seio da economia do mar.

Mais simples é identificar os grandes interessados e potenciais destinatários dos desenvolvimentos nesta área: sectores agro-alimentar, farmacêutico, nutracêutico, cosmético, energético e dos bio-materiais. Como curiosidade, podemos referir que, segundo escrevia Helena Vieira no nosso jornal há menos de um ano, “se hoje as estimativas apontam para uma incorporação de biotecnologia em menos de 20% dos produtos manufacturados à escala global, prevê-se que este número ultrapasse os 50% em dez anos”. O que confirma a tendência emergente desta área um pouco por todo o mundo, sem que tal deva constituir surpresa, face à generalidade das projecções, que apontam para necessidades alimentares mundiais duas vezes superiores às actuais em 2050, e a outra realidade, que é a procura crescente de ingredientes naturais a partir do universo por explorar que constitui ainda grande parte do meio oceânico.

Neste trabalho, a nossa proposta é de sinalizar casos nacionais de exploração de bio-recursos marinhos, com exclusão da pesca, que tratámos em momento oportuno, admitindo embora que essa exclusão nunca será completa porque considerámos o aproveitamento de sub-produtos da indústria do pescado. Cientistas e empresários que ouvimos foram unânimes em confirmar o valor acrescentado autónomo que possuem a pele de peixe, as espinhas, as cartilagens, as vísceras, as cabeças ou os fígados, dos quais se podem “extrair proteínas de elevado valor e que o mercado acolhe bem”, conforme nos referiu Antonina Santos, Directora do Departamento do Mar e Recursos Marinhos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Segundo apurámos, na sua planificação anual, o próprio IPMA estabelece uma distinção entre a avaliação dos stocks de pescado e de outros recursos marinhos. Procurámos também identificar alguns pólos nacionais de investigação nesta matéria, até porque pesquisa e mercado trabalham quase lado a lado. Apesar de Helena Vieira considerar que o nosso país tem quadros académicos altamente qualificados nesta área sem a devida correspondência na transferência de tecnologia dos laboratórios para o mercado, a verdade é que vão existindo casos de investigadores que procuram desenvolver projectos próprios no sector dos bio-recursos marinhos e das biotecnologias marinhas. A falta de financiamento continua a ser um obstáculo difícil de ultrapassar, apesar dos mecanismos de apoio que vão existindo, sobretudo fundos comunitários ou verbas públicas. João Dias, da Iberagar, admite que “temos nas nossas Universidades investigadores com enorme valia técnica e científica mas que deveria, ainda mais, ser transposta para as empresas, gerando riqueza em Portugal”, acrescentando que “as empresas, seja no sector dos bio-recursos, seja noutros sectores, precisam de apoio, sem favores ou facilitismos”. “Bastava que não complicassem, no estrito cumprimento da lei, para que os empresários fizessem o seu caminho de rentabilidade; as empresas necessitam de um estado ágil, de resposta rápida, que elabore e actualize legislação e muito importante, uma justiça célere e justa”, afirma.

Locais, espécies e meios

De acordo com Antonina Santos, em Portugal, não existem zonas preferenciais para a exploração de bio-recursos marinhos. “No caso da pesca, quando investigamos uma espécie, escolhemos o local em que existe e na Zona Económica Exclusiva (ZEE)”, refere. Mas quando se trata de explorar a biodiversidade marinha, “alargamos a pesquisa a zonas do mar profundo, ou seja, a toda a plataforma continental”, explica.

É o que sucede com o projecto BIOMETORE – Biodiversidade nos montes submarinos: o Madeira-Tore e o Grande Meteor, promovido pelo IPMA, com cerca de uma vintena de parceiros e co-financiado pelo programa EEA Grants (custo total de 2.654.257 euros, dos quais 2.253.110 provenientes do EEA Grants) até Abril de 2017. O objectivo é adquirir dados sobre a “biodiversidade, parâmetros ecológicos, físicos e químicos, identificando espécies-chave para as quais existem lacunas de informação” nos complexos de montes submarinos Grande Meteor, a sul dos Açores, e Madeira-Tore, entre o Continente e a Madeira.

No caso de “bioprocessos em que os micro-organismos são catalisadores de processos industriais”, como refere Bruno Sommer Ferreira, CEO da Biotrend, empresa especializada nesta área, “as zonas mais propícias são aquelas que proporcionam ecossistemas em condições extremas, pressões extremas, salinidades extremas, e ambientes em que há libertação de gases normalmente tóxicos aos organismos terrestres”. Rui Amandi de Sousa, CEO da Stemmatters, empresa que opera na medicina regenerativa, considera que as zonas marinhas mais propícias à exploração de bio-recursos dependerão “da área de aplicação em concreto”. Na indústria farmacêutica, por exemplo, Rui Amandi de Sousa considera que “o interesse do mar não advém necessariamente do aproveitamento directo de bio-recursos, mas sim da oportunidade de isolar novos compostos de bioactividade relevante, que sejam posteriormente susceptíveis de síntese e produção industrial”.

Quanto aos bio-recursos mais explorados, excluindo a pesca, Antonina Santos confirma a opinião de Bruno Sommer Ferreira. “São os micro-organismos que vivem em condições extremas”, refere, embora admita que não existem limitações ao tipo de espécies a explorar pelo IPMA. Mas nota que os mais procurados, além do peixe, são as microalgas, grandes produtores de ácido gordo Omega 3, os sub-produtos da indústria alimentar, o zooplâncton, utilizado para óleos alimentares, e os organismos unicelulares, mais fáceis de descodificar em termos químicos e moleculares.

Nuno Coelho, da A4F salienta que “são variadíssimas as aplicações das microalgas”, desde a “alimentação humana, como suplementos alimentares, devido às excelentes características nutricionais que apresentam”, à alimentação animal, como complemento “para promoção do crescimento e manutenção da saúde, ou durante fases críticas do ciclo de vida”.

Conhecidas como fontes de hidratos de carbono, proteínas, ácidos gordos, vitaminas e minerais, as microalgas também podem ser – conforme a espécie – fonte de “alguns pigmentos antioxidantes, como beta-caroteno, clorofila, luteína, zeaxantina, fucoxantina ou astaxantina”, esclarece Nuno Coelho. O mesmo responsável recorda que “estes pigmentos são conhecidos pela capacidade antioxidante e destoxificante, e poderão ser extraídos para comercialização na sua forma pura, ou criar valor acrescentado a formulações nutracêuticas e cosméticas”.

Nota no entanto que “como ingrediente alimentar, apenas um número muito reduzido de espécies são aprovadas pela Comissão Europeia, mas a sua aplicação está a ser estudada em vários produtos de consumo”. Até porque “a adição de microalgas a formulações permite o enriquecimento de produtos alimentares a nível do conteúdo de proteína – proteína vegetal de alta qualidade (com todos os aminoácidos essenciais), de ácidos gordos polinsaturados, e inclusive de vitaminas e minerais”, refere.

Em Portugal, a exploração é feita pela indústria e pelos investigadores, através do IPMA, ao abrigo de Protocolos de colaboração, porque é esta instituição que dispõe dos meios para ir ao terreno. As solicitações são de ambos os lados. Se é verdade que o IPMA é solicitado para colaborar em campanhas, quer pela indústria, quer pelos investigadores externos, não o é menos que o próprio Instituto também aborda as indústrias (por necessitar dos seus sub-produtos para a investigação que também desenvolve e que pode, no futuro, beneficiar a própria indústria). Segundo Antonina Santos, nesses casos, a indústria disponibiliza esses sub-produtos, no âmbito de uma colaboração mútua. O mesmo se passa com os laboratórios externos. Por um lado, recorrem aos meios do IPMA para recolher bio-recursos de que necessitam. Por outro, disponibilizam equipamentos de que o Instituto nem sempre dispõe. “Há casos de equipamentos tão sofisticados que só existem em dois ou três locais do país”, refere Antonina Santos. A bordo do navio do Instituto não vão representantes das empresas, mas apenas cientistas, segundo esclareceu a Directora do IPMA. Outro dos meios do IPMA que também serve a indústria é a estação de aquacultura de Olhão. “É uma estação-piloto para efeitos de pesquisa e quando tem excesso de produção, doa-a a instituições diversas”, refere a mesma responsável.

Apesar deste contexto, Antonina Santos admite que a indústria procede à recolha de macroalgas na nossa costa, com recurso a pescadores pagos para o efeito. Uma realidade próxima do que nos conta Helena Abreu, da Algaplus, com uma agravante. De acordo com esta bióloga e empresária, a recolha de algas no nosso país carece de regulamentação. Essa lacuna pode gerar uma procura incontrolada, quer sob o aspecto da preservação das espécies (quantidade, local, época do ano), quer sob o do controlo de qualidade. Questionámos o Ministério do Mar sobre este aspecto (se essa regulamentação existe e através de que diplomas legais), mas até ao momento não recebemos resposta. Um empresário remeteu-nos para o Decreto-Lei nº504/80, de 1980, e Portaria nº 919, de 1980, que é legislação relativa à apanha, concentração e distribuição de plantas marinhas, ainda emitida pelos Ministérios da Agricultura e Pescas e do Comércio e de Turismo. João Dias considera que esta legislação “necessita de actualização” e de ver “fiscalizado o seu cumprimento”. Outra fonte, porém, referiu-nos que o único caso que parece estar regulado é o da recolha da alga gelidium, explorado pela empresa Iberagar, mas não conseguimos confirmar a informação. Sobre esta questão, João Dias esclareceu-nos que “como em diversos sectores de actividade, existem os que cumprem e os que não cumprem a lei”, admitindo que a sua empresa “tenta cumprir escrupulosamente a lei”. Admite, no entanto, que a Iberagar “sente-se muitas vezes prejudicada por aqueles que não cumprem” e sustenta que “este sector em concreto está carente de uma fiscalização mais activa que puna os incumpridores”. Segundo Helena Abreu, a França e a Noruega são os únicos países europeus com directivas sobre a recolha de algas.

Oportunidades e constrangimentos

Num relatório de 2012 também realizado para a DG MARE, intitulado Blue Growth, Scenarios and Drivers for Sustainable Growth from the Oceans, Seas and Coasts – Maritime Sub-Function Profile Report – Blue Biotechnology, são apontados pontos fortes e fracos da biotecnologia marinha na Europa. Tal retrato aponta caminhos e oportunidades de futuro, bem como constrangimentos que importa ultrapassar para que a biotecnologia marinha europeia vingue no contexto internacional.

Entre os pontos fortes, o relatório destaca o potencial de descoberta de novas moléculas, pois estima-se que exista elevada variedade de micro-organismos por descobrir, muitos dos quais podem ser facilmente explorados na linha de costa europeia e nas vias marítimas interiores. Outra vantagem apontada reside no forte apelo que os produtos marinhos despertam nos consumidores, especialmente nos segmentos da cosmética e do nutricionismo. Igualmente referida entre as oportunidades está a revolução das tecnologias “ómicas”, orientadas para aplicações do genoma e proteínas, e que podem permitir sequenciar o ADN de organismos marinhos, replicá-los e investigar proteínas promissoras, por um custo interessante.

Os desafios situam-se, desde logo, ao nível do financiamento das pequenas empresas e start-ups, geralmente associadas à comunidade científica, logo, às descobertas. Face à dificuldade em alcançar dimensão crítica por falta de financiamento nas fases de transição, estas empresas ficam à mercê das grandes companhias (geralmente mais vocacionadas para outras áreas que não o mar, como a farmacêutica ou a cosmética), atraídas pelo potencial económico das biotecnologias, que as adquirem e controlam, sem terem investido recursos na obtenção do conhecimento que agora lhes será rentável. Outro risco é a menor competitividade do sector na Europa face aos concorrentes asiáticos, em especial, chineses, que potencia a perda de competências nesta área a médio e longo prazo, a favor dessa concorrência. O que só não acontecerá se a Europa, de algum modo, reagir. Ainda no plano dos desafios, está o acesso difícil a habitats atípicos e específicos que se encontram a grande profundidade e são altamente dispendiosos, só ao alcance de operadores com capacidade científica e financeira para tal. Finalmente, o relatório refere que apesar de fortemente apelativa no plano do marketing, a biotecnologia europeia constitui uma área pouco estruturada, salvo algumas vertentes com diferentes potencialidades de aplicação.

A observação de outras análises permite acrescentar outras oportunidades e novos desafios à biotecnologia marinha. Um dos benefícios frequentemente apontados é o contributo que pode dar à preservação do ambiente, na medida em que está associada a processos produtivos sustentáveis e pode restringir a depredação descontrolada de recursos marinhos. Pode igualmente reduzir custos de reciclagem de produtos químicos e as emissões de gases com efeito de estufa (os polímeros, leia-se também plásticos, biológicos podem ser concebidos para serem biodegradáveis em poucos segundos, o que representaria um progresso face aos actuais polímeros, que se baseiam em petroquímicos e não são biodegradáveis). A biotecnologia marinha pode ainda ter aplicações em revestimentos anti-corrosivos para navios, em soluções biológicas de prevenção e combate aos derrames petrolíferos ou na rentabilização da extracção de peteróleo, entre outras utilizações.

Entre os outros desafios por vezes apontados à biotecnologia marinha estão a necessidade de ganhar eficiência no mapeamento, cultivo e transporte de novas espécies e o risco de uma bolha especulativa resultante do interesse crescente em produtos à base de bio-recursos marinhos, entre outros.

 

A biotecnologia marinha como estratégia

A emergência da biotecnologia marinha, associada a descobertas científicas que fizeram história resultantes da investigação em organismos marinhos, especialmente na farmacêutica, já valeu a integração do sector nas estratégias marítimas nacionais e internacionais. Recorde-se que um dos fármacos utilizados na luta contra o cancro, o Yondelis, tem origem marinha, que medicamentos como o Zovirax e o Acyclovir, contra a herpes, obtiveram-se a partir do isolamento de uma molécula de origem marinha, ou que existem pesquisas com base em organismos marinhos para fármacos contra o vírus do HIV.

No plano nacional, a biotecnologia é mencionada na Estratégia Nacional para o Mar (ENM), quer na versão de 2006, quer na versão revista (2013-2020). Nesta última, além da “utilização de compostos de organismos marinhos em bio-produtos com aplicações industriais, farmacêuticas, médicas, cosméticas e tecnológicas”, destaca-se a utilização de algas em biocombustíveis (que requerem menos solos e água do que as culturas terrestres concebidas para o mesmo efeito).

Igualmente no plano nacional, a biotecnologia está contemplada no recém-aprovado Fundo Azul, um mecanismo de financiamento da economia do mar. Quer na vertente de apoio à investigação, quer no apoio a start-ups tecnológicas.

No plano internacional, sem prejuízo de outras menções, a biotecnologia tem estado contemplada nos programas de financiamento da União Europeia, que se reflectem depois nos sub-programas nacionais, como o Mar 2020, co-financiado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), o qual cumpre os objectivos da Política Comum de Pescas e da Política Marítima Integrada.

Já em 2012, aliás, a Comissão Europeia, numa comunicação ao Parlamento Europeu, Conselho Europeu, Comité Económico e Social Europeu e Comité das Regiões, mencionava os sucessos farmacêuticos associados às biotecnologias marinhas, bem como as potencialidades das algas na produção de biocombustíveis e na obtenção de produtos químicos de elevado valor acrescentado e compostos bioactivos.

Mas dizia mais. Estimando que “neste sector, o emprego seja ainda relativamente baixo na Europa e o valor acrescentado bruto seja de 0,8 mil milhões de euros, o seu crescimento poderá proporcionar não só postos de trabalho altamente qualificados, especialmente se puderem ser elaborados fármacos inovadores a partir de organismos marinhos, como também importantes oportunidades a jusante.”

E acrescentava que, “a muito breve trecho, o sector deverá conquistar um nicho de mercado orientado para produtos de elevado valor destinados aos sectores da saúde, da cosmética e dos biomateriais industriais”, podendo até 2020 alargar-se e tornar-se “um mercado de média dimensão, graças à produção de metabolitos e compostos primários destinados à produção de géneros alimentícios, alimentos para animais e à indústria química”.

A Comissão Europeia previa então que dentro de 15 anos, e dependendo dos avanços tecnológicos realizados, o sector da biotecnologia azul poderia abastecer mercados de produtos de grande difusão e, ao mesmo tempo, fornecer uma série de produtos especializados de elevado valor acrescentado”, para o que seria necessário “combinar a investigação fundamental sobre a vida nos oceanos com a investigação aplicada orientada para as aplicações industriais possíveis, com poucas probabilidades de êxito, mas extremamente compensadoras caso resultem”.



Um comentário em “Biotecnologia marinha: um mar de vida para o futuro”

  1. FRANCISCO SILVA PEREZ diz:

    Estou da cordo, e gustariame falar con Vd. gracias, teño o proyecto sobre esa teoria.
    pacosilvaperez@gmail.com

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