Segundo a associação, a evolução do comércio e da economia à escala global permitem manter a confiança no crescimento do sector, mas nada autoriza uma perspectiva excessivamente ambiciosa
Granéis sólidos

A BIMCO, que se assume como a maior associação mundial de transporte marítimo, aconselha prudência ao sector em 2018, apesar de as alterações registadas em 2017 terem sido, na generalidade, para melhor. Esta é uma das conclusões da análise de mercado «Road to Recovery» realizada pela associação e agora divulgada.

Nessa análise, a BIMCO sublinha que 2018 será o primeiro ano, desde 2011em que a indústria marítima retoma os lucros. Mas “não devemos ser muito precipitados”, acrescenta, até porque só com prudência será possível manter o crescimento alcançado até agora, refere. E porque, apesar de tudo, o comércio mundial deverá crescer 4% em 2018, face a um crescimento que foi de 4,7% em 2017.

No que respeita aos porta-contentores, a BIMCO refere que este ano o crescimento líquido da frota deverá ser de 4,1%,contra os 3,3% de 2017. A associação refere também que as encomendas registadas em Setembro de 2017 deverão induzir um crescimento da frota para além de 2018, possivelmente também em 2019 e 2020. E nota que em 2018 a oferta deverá corresponder à procura, não gerando grandes alterações nas tarifas dos fretes.

Quanto aos graneleiros de sólidos, a BIMCO refere que deverão crescer 1% em 2018, contra 3,2% em 2017, e contribuir para um equilíbrio da oferta neste segmento.

Relativamente aos navios tanque, em 2018, a associação prevê um crescimento de 2% entre os petroleiros de crude e de 1,8% entre os navios transportadores de derivados do petróleo, em ambos os casos valores abaixo do seu crescimento em 2017. E antecipa um desmantelamento de navios neste segmento em níveis semelhantes aos de 2017. Refere também que o aumento das tarifas dos fretes, que atingiu 13% nos primeiros nove meses de 2017, em boa parte devido às exportações de crude da China acima do esperado, não deverá alcançar o mesmo valor.

A BIMCO refere ainda que “a indústria do transporte marítimo adaptou-se bastante bem a um nível menor de procura ao longo dos últimos anos” e que o próximo desafio é valorizar esse facto, evitando acreditar que os níveis de procura vão aumentar significativamente, “porque isso não vai acontecer”.



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