Este ano, já foram para desmantelamento mais três navios tanque do que em 2017 no mesmo período. Novas regras sobre combustíveis e águas de lastro e a pressão do mercado para equilibrar a oferta e a procura de navios ajudam a explicar a tendência
GNL

Desde o início do ano que já foram reportados desmantelamentos de 16 very large crude carriers, ou VLCCs (navios com um porte bruto, ou deadweight tonnage, até 320 mil toneladas, com 300 a 330 metros de comprimento e usados no transporte de crude), de acordo com a prestadora de serviços marítimos VesselsValue, citada pelo World Maritime News.

Este número ultrapassa em três o registo de VLCCs desmantelados em 2017 no mesmo período e corresponde a cerca de 4,8 milhões de toneladas de porte bruto de navios enviados para reciclagem. Segundo o jornal, citando a empresa de intermediação no fretamento e afretamento de navios Gibson Shipbokers, a estes navios há que juntar mais dois, que tinham sido convertidos em FSOs (Floating Storage and Offloading, ou seja, neste caso, em unidades para armazenamento offshore de combustível) e foram vendidos para desmantelamento.

De acordo com a Gibson Shipbrokers, os navios tanque enviados para desmantelamento têm, em média, 18 anos e meio, menos três anos do que a média de idade dos navios semelhantes enviados para reciclagem em 2017. E a VesselsValue recorda que este ano, o navio mais novo a ser desmantelado tinha 16,6 anos e o mais velho 23,5.

Este aumento do número de navios tanque para desmantelamento poderá estar relacionado com a pressão do mercado para restaurar o equilíbrio entre oferta e procura de navios, com a proximidade da data de imposição de novas regras sobre teor de enxofre nos combustíveis marítimos e com o cumprimento de normas sobre sistemas de tratamento de águas de lastro, indutoras de despesas de conversão dos navios pouco compensatórias para os armadores, que preferem vendê-los para abate e encomendar unidades novas já adaptadas às futuras obrigações internacionais.



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