O CEO da Maersk e representantes de estaleiros japoneses criticaram os incentivos públicos que o Governo da Coreia do Sul está a conceder à indústria de construção naval do país, por serem anti-concorrenciais e mesmo desnecessárias
Yang Ming

O Governo da Coreia do Sul está a designar cinco regiões para a construção naval – “áreas especiais para a crise de indústria” – das quais farão parte Geoje, Jinhae, Mokpo, Tongyeong e Ulsan. Os estaleiros novos que se instalem nessas áreas terão isenção de taxas durante cinco anos, declarou o Ministro das Finanças, Kim Dong-yeon.

Nesta série de intervenções nos estaleiros do país, o Governo sul-coreano providenciará igualmente formações e serviços de desenvolvimento do trabalho, bem como financiamento para 200 novos navios, incluindo 60 porta-contentores. “Será dado apoio aos que se esforçarem na produção da indústria de construção naval e automobilística nas regiões designadas”, explicou Kim. “O Governo também ajudará as regiões a expandir a sua infra-estrutura de turismo e lazer”, acrescentou.

E neste âmbito, foi recentemente aprovado um auxílio de 21 mil milhões de euros para financiar iniciativas relacionadas com a força de trabalho. As medidas incluem subsídios fiscais e salariais para novas contratações em pequenas empresas, incluindo uma isenção de imposto sobre o rendimento singular durante cinco anos para contratados com menos de 35 anos.

No seguimento destes auxílios estatais que os estaleiros japoneses consideram anti-cocorrenciais, também o CEO da AP Moller-Maersk, Søren Skou, alertou sobre o risco de subsídios estatais e sobre-construção. “Penso que nenhum Governo precisa de injectar dinheiro no transporte de contentores, construindo navios que são desnecessários, para empresas que não são lucrativas e que não têm um modelo de negócios lucrativo”, referiu.

 



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