Stocks de pesca comercial poderão continuar a ser rentáveis, apesar do aquecimento das águas, se forem aplicadas medidas de gestão sustentáveis, conclui um estudo recente da Universidade da Califórnia (Estados Unidos), Universidade do Hokkaido (Japão) e do National Center for Ecological Analysis and Synthesis, and the Environmental Defense Fund (EDF).
O estudo refere que uma colheita sustentável de pescado pode inclusivamente levar a um aumento dos benefícios e da produção total nos próximos 75 anos, ao contrário do que se espera, à medida que os oceanos vão aquecendo. E essa mesma gestão pode traduzir-se num aumento de 217 milhões de toneladas em relação aos resultados actuais, ou seja, mais cerca de 12 mil milhões de euros.
No entanto, estes resultados assentam numa expectativa de aumento de temperatura média de 2,2 graus até 2100. No caso de um aumento superior a esse, a pesca terá piores resultados face aos dias de hoje, mesmo aplicando as melhores técnicas de gestão sustentável das pescarias.
“Se continuarmos a trabalhar no desenvolvimento de gestão adaptada de pesca, nas estratégias, e houver um compromisso com os acordos internacionais para a mitigação das alterações climáticas, o futuro pode ser globalmente mais brilhante do que o esperado”, refere um dos autores do estudo, Jorge García Molinos da Universidade de Hokkaido.
Apesar de os modelos não incorporarem questões como as interacções entre espécies e outras variantes, o estudo conclui que os locais mais atingidos pelas temperaturas são os trópicos e, como refere García Molinos, “ajustar mais elementos ao quadro geral será importante para melhorar as previsões e deve ser objecto de trabalho futuro”.
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