Apenas 13,2% do oceano resistiu, até agora, à intervenção humana, quer seja em termos de pesca, de navegação marítima ou mesmo de poluição, conclui um grupo de investigadores australianos que mapeou, pela primeira vez, aquilo a chamam as “áreas marinhas selvagens”, segundo a BBC News.
São 55 milhões de km2 de área de oceano que permaneceram, até agora, desprovidas de impacto humano, no entanto, esta pequena fatia, localizada essencialmente em águas internacionais, inclui pouca área de costa e poucos corais.
“As áreas marinhas que podem ser consideradas intocáveis estão a tornar-se cada vez mais raras, à medida que a pesca e as frotas de navios se expandem pelos oceanos do mundo e o fluxo de lixo sufoca as áreas costeiras”, referiu um dos investigadores, Kendall Jones, que receia que a pequena percentagem desse mar intocável, se perca por estar desprotegido.
Os locais, que segundo o estudo são os mais selvagens, estão localizados no Árctico e na Antárctida, nas Ilhas do Pacífico e na Polinésia Francesa. Daí resulta outro número – apenas 4,9% dessas áreas marinhas que resistem à intervenção humana são Áreas Marinhas Protegidas.
“As áreas de vida marinha selvagem são o lar de toda a vida marinha, mantendo abundantes quantidades de espécies de grande diversidade genética, dando-lhes resiliência para ameaças como as alterações climáticas”, refere o professor James Watson, da University of Queensland e Director do Science at the Wildlife Conservation Society, relembrando que proteger essas áreas deve ser o foco dos acordos ambientais, “caso contrário, essas áreas provavelmente desaparecerão em 50 anos”, ressalva.
Note-se que em 2017 as Nações Unidos começaram a desenvolver um projecto de conservação de áreas marinhas, obrigatório para o alto-mar. Seria essencialmente um acordo de Paris para o Oceano e poderia ter poder para proteger tais áreas.
- Ainda o dilema da Mineração em Mar Profundo
- Para salvar os oceanos e os cetáceos temos de actuar já
- Para Celebrar o Dia da Terra _ e do Mar também…
- Bandeira Azul não se aplica apenas às praias mas também a Marinas e Marítimo-Turística
- Os quatro anos da Fundação Oceano Azul e a importância das AMP
- 14 Municípios já aceitaram competências para gerir praias
- Nem só de plásticos morrem os animais marinhos
- Foram resgatadas três baterias poluentes perto da Ilha de Culatra