Ontem o Director Regional dos Assuntos do Mar, Filipe Porteiro, revelou, aquando da deslocação às Lajes do Pico, onde, durante o II Workshop World Heritage Site, efectuou uma intervenção sobre ‘Sustentabilidade da Atividade de Observação de Cetáceos nos Açores’, que acredita que os Açores sejam a primeira região do mundo a ser distinguida com o galardão ecológico Whale Heritage Site. O executivo afirmou que se pretende que os Açores se tornem a região-piloto para a implementação deste programa, “refletindo, na prática, a forma como ao longo do tempo foi estruturada e desenvolvida a observação de cetáceos no arquipélago, assente no conhecimento científico, na herança cultural comum e na sensibilidade marítima”.
A confirmar-se a atribuição desse galardão isso seria o reconhecimento, “com base em critérios sólidos, que os Açores estão no topo dos melhores destinos do mundo para a observação de cetáceos”. “Seremos considerados os melhores entre os melhores”, afirmou peremptório Filipe Porteiro.
Durante a sua apresentação o Director Regional para os Assuntos do Mar defendeu que, para elevar os padrões da observação de cetáceos na Região, é necessário “melhorar de forma contínua as práticas e os códigos de conduta no mar, diminuir a conflitualidade entre operadores e ‘skippers’, bem como a pressão sobre os animais que são alvo desta actividade”. É igualmente necessário “diversificar as áreas de observação de cetáceos, para evitar o aumento da pressão sobre os animais nas áreas onde a actividade está mais implementada, aumentar o conhecimento sobre o impacto da actividade sobre os cetáceos e melhorar os mecanismos de monitorização e de fiscalização do ‘whale watching'”. Só com a implementação destas medidas será possível “promover esta actividade nos Açores”.
Para tal o Governo está neste momento a rever e actualizar a respectiva legislação, actuando nas várias valências da actividade, com especial atenção “mais problemáticas, como a natação com golfinhos, numa perspectiva de gestão adaptativa”. Acção que está a ser levada a cano em “concertação com os operadores, com as organizações não-governamentais e com os cientistas”.
No entanto, alerta Filipe Porteiro, só isso não chega. “É preciso incentivar os operadores de observação de cetáceos a se associarem para melhor defenderem os seus interesses e serem mais influentes nas decisões públicas sobre a matéria e na promoção concertada da actividade”.
A observação de cetáceos, considerada como um ex-libris turístico da região é algo que deve continuar a evoluir, adoptando os padrões ecológicos internacionais. Isto porque “os turistas de bem-estar animal são cada vez mais exigentes” e porque “os turistas que procuram esta actividade têm uma maior consciência ecológica”.
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