Durante a visita ao arquipélago da Madeira o Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Fausto Brito e Abreu abordou o tema da aquicultura, apontando o potencial dos Açores e afirmando que o governo açoriano incentivará a ida dos empresários açorianos à vizinha Madeira para conhecerem in loco o modelo madeirense.
A visita à Madeira foi, aliás, uma boa forma de fomentar a partilha de informação e de conhecer esse mesmo modelo. Ou, por outras palavras, o Governo dos Açores pretende “aproveitar a experiência da Madeira” ao nível da aquacultura para a aplicar no arquipélago, frisando que os Açores “têm um enorme potencial” nesta área.
Durante a visita à Madeira Fausto Brito e Abreu visitou o Centro de Maricultura da Calheta, onde conheceu o trabalho desenvolvido na área da piscicultura. E foi através dessa visita que apontou o motivo da sua deslocação à Madeira: “dar seguimento e operacionalizar” o protocolo de cooperação sobre pescas e aquacultura que foi assinado aquando da recente visita do Presidente do Governo Regional da Madeira aos Açores, a convite do Presidente do Governo, Vasco Cordeiro.
Os Açores têm, nos últimos tempos, criado várias medidas para promover a aquicultura. “Financiámos um estudo feito pela Universidade dos Açores, que fez o mapeamento nas nove ilhas dos Açores das zonas com potencial para instalações ‘offshore’ e ‘onshore’, e criámos um pacote de benefícios fiscais para empresas de aquacultura que se queiram sediar nos Açores”, relembrou o Secretário Regional.
A aquicultura nos Açores pode ser feita através de jaulas ‘offshore’ – como as existentes na Madeira – ou na produção de larvas de peixe em terra. Seja qual for a opção o o acesso à geotermia em alguns pontos pode ser “uma mais-valia competitiva” dos Açores.
O sector das pescas foi outra aproximação mencionada por Fausto Brito e Abreu, nomeadamente através da ‘exportação’ dos Açores para a Madeira do Programa de Observação das Pescas (POPA) em prática nos atuneiros açorianos, que, salientou Brito e Abreu, “favorece os armadores porque o atum [capturado] fica certificado a nível internacional com os selos ‘dolphin safe’ e ‘friend of the sea’”.
O protocolo assinado entre os dois governos regionais irá permitir que “seis embarcações da Madeira que se dedicam à pesca do peixe-espada preto pesquem nos Açores, integrando pescadores açorianos nas suas tripulações, possam transmitir-lhes conhecimentos” sobre esta pescaria, que tem pouca tradição na Região.
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