Os portos do continente movimentaram 21,7 milhões de toneladas de carga no primeiro trimestre deste ano, mais 3,5% do que no período homólogo de 2015, o que constitui “a melhor marca de sempre nos períodos homólogos”, segundo a Autoridade de Mobilidade e Transportes (AMT).
Para a AMT, este valor “reflecte essencialmente o comportamento do porto de Sines nos tráfegos de carga contentorizada, carvão e petróleo bruto” e o tráfego do porto de Viana do Castelo, com uma variação positiva de 17,2%. Face a este desempenho, Sines “reforça a posição cimeira, passando de 51,5% para 52,2%”, do total de carga movimentada.
No mesmo período, o mercado de contentores, a forma de acondicionamento mais utilizada e com maior taxa de crescimento, registou uma subida de 4,1% no volume de TEU movimentados e de 1,7% em número, face a igual período de 2015, reflectindo “uma crescente substituição dos contentores de 20’”, que caíram 7%, pelos de 40’, que cresceram 8%. Também aqui se verificou o valor mais elevado de sempre nos períodos homólogos.
Por tipo de carga, a Carga Geral aumentou 6,3% e os Granéis Sólidos 4,9%, tendo os Granéis Líquidos diminuído 0,4%. Actualmente, estas tipologias representam, respectivamente, 40,7%, 23,6% e 35,6% da carga movimentada. A subida na Carga Geral deveu-se, essencialmente, à carga contentorizada, e nos Granéis Sólidos “ao efeito conjugado do carvão e dos produtos agrícolas”, refere a AMT. Já a quebra nos Granéis Líquidos, deveu-se, sobretudo, à descida no mercado dos produtos petrolíferos (-19,8%), apesar do aumento da tonelagem movimentada de petróleo bruto (24,9%). A AMT também destaca o mercado da carga ro-ro, que cresceu 21,6%, e o decréscimo da carga fraccionada (-17,5%), ambos no âmbito da Carga Geral.
Por porto, verificou-se, sem surpresa, o maior peso de Sines no total de carga movimentada (52,2%), seguido dos portos de Leixões (19,8%), Lisboa (11,8%) e Setúbal (8,4%).
Segundo a AMT, “a carga embarcada com origem no hinterland dos portos comerciais”, onde pesam muito as exportações, diminuiu 6,5% face ao 1º trimestre de 2015. Para este aumento de volume, contribuíram os portos de Viana do Castelo (+28,1%), Sines (+18%) e Faro (+2,1%). Os outros portos registaram diminuição deste volume: Aveiro (-38,8%), Setúbal (-18,2%), Lisboa (-17,4%), Figueira da Foz (-12%) e Leixões (-9,5%).
Para aquela entidade, “os portos que detêm uma quota mais elevada de carga embarcada são os de menor dimensão, traduzindo o seu papel de porto de exportação para cargas muito específicas, a saber, nomeadamente pás eólicas no porto de Viana do Castelo e cimento no porto de Faro”.
Já o “volume de carga desembarcada com destino ao hinterland dos portos”, no qual as importações pesam mais de 90%, aumentou 5,1% no mesmo período, muito por efeito do aumento das importações dos combustíveis fósseis (petróleo bruto e carvão) e de produtos agrícolas, bem como da subida no movimento de carga contentorizada e na descarga de Outros Granéis Sólidos.
Também no 1º trimestre deste ano, os portos comerciais do continente registaram 2.559 escalas de navios, ou seja, mais 1,5% (+ 37 escalas) do que em período homólogo de 2015, totalizando uma arqueação bruta de 43,5 milhões, mais 8,1% do que em igual período do ano anterior. De acordo com a AMT, é o melhor registo de sempre, e boa parte devido aos portos de Douro, Leixões e Sines.
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