Pirataria marítima custa à Nigéria cerca de 1,5 mil milhões de dólares mensais à Nigéria, segundo dados revelados num debate no Conselho de Segurança das Nações Unidas na passada Segunda-feira.

Com 32 ataques confirmados já desde o início do ano, um valor estimado do roubo do equivalente a 400 000 baris de cude diariamente, com o número de raptos e consequentes pedidos de resgate igualmente a subir, bem como a área de risco, a falta de segurança no Golfo da Guiné deverá custar à Nigéria, por mês, valores da ordem dos 1,5 mil milhões de dólares.

Quem o revelou foi a Embaixadora Norte-Americana nas Nações Unidas, Michele J. Sison, no debate aberto realizado Segunda-feira passada no Conselho de Segurança, dedicado exactamente ao tema da Consolidação da Paz na África do Oeste.

Para a Embaixadora, entre as principais causas para o surto de pirataria verificado na região, encontram-se a falta de estruturas de governos suficientemente desenvolvidas e efectivas, quadro legal igualmente precário e marinhas ou guardas costeiras deficientemente estruturadas, preparadas e equipadas.

Em simultâneo, Michele J. Sison não deixou também de referir a falta de coordenação regional entre as várias nações da região como outro aspecto a favorecer as acções de pirataria e a diminuir consideravelmente o seu combate.

Assim, nesse enquadramento, um das primeiras sugestões da Embaixadora Michele Sison foi precisamente a dos governos da região estabelecerem uma Zona E marítima piloto, cobrindo as costas da Nigéria, Níger, Benin e Togo, para imediata acção de combate, uma vez ser exactamente nessa área onde se verificam a maior parte dos ataques.

Para além disso, independentemente de recordar também a pesca ilegal e as suas consequências, não apenas económicas mas igualmente ambientais e sociais, Michele J. Sison não deixou de referir alguma cumplicidade de estruturas governamentais corruptas que tendem a diminuir igualmente a eficácia no combate à pirataria, como um estudo recente da PGI Intelligence também sugere.

Em termos de conclusão, o Conselho de Segurança adoptou uma declaração conjunta para a formação de «um quadro regional alargado com a finalidade de erradicar a pirataria e o roubo armado no mar, reforçando os sistemas de justiça e a cooperação».

 



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