As rápidas mudanças no transporte marítimo global estão a colocar desafios às infra-estruturas portuárias que estas terão dificuldade em ultrapassar, segundo a empresa de consultoria britânica Drewry, citada pelo World Maritime News.
Alianças cada vez maiores entre operadores de transporte e navios cada vez maiores, numa conjuntura de oferta excedentária e procura em queda, potenciam menor frequência de serviços e menor número de portos susceptíveis de receberem embarcações de grandes dimensões.
Esta nova realidade antecipa uma necessidade de menos portos, com terminais cada vez maiores em cada um deles, o que requer uma consolidação desta capacidade de acolhimento que não será fácil de conseguir, quer fisicamente, quer em termos de propriedade, pelo menos, a curto prazo.
A Drewry considera que a conjugação destes factores tornará difícil aos portos manterem intocada a sua rentabilidade e níveis históricos de retorno de investimentos. E aí podem abrir-se vários cenários, segundo a consultora.
Um deles é maior cooperação entre portos e companhias de navegação para ultrapassar este contexto, mas tal não resolverá todos os problemas. Outro poderá ser um aumento de preços dos fretes, a que as companhias poderão resistir, face à diminuição da procura e ao excesso de capacidade que já as coloca sob pressão.
Segundo a consultora, restam duas opções. Por um lado, a aceitação de uma nova era de menores margens de lucro pelos operadores portuários, o que lançará alguns para fora do mercado. Por outro, decisões de não investimento nos portos por falta de capacidade de retorno, o que será uma opção extrema, mas que poderá deixar os maiores navios sem local para atracar.
A consultora conclui que face ao momento de viragem que se vive e às implicações mais imediatas para os operadores de terminais portuários, será preciso fazer alterações de modo a manter a sua rentabilidade, mas para isso, alguém terá de ceder.
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