O número de migrantes que chegaram à Grécia em Janeiro deste ano caiu cerca de 40% face a Dezembro último, mas é 38 vezes superior ao registado em Janeiro de 2015, de acordo com a agência Frontex de controlo das fronteiras externas da União Europeia (UE).
Segundo a agência, a redução face a Dezembro deve-se às más condições do mar e atmosféricas nas ilhas do Mar Egeu, o que terá provocado um aumento significativo de mortalidade entre os migrantes que tentam alcançar território grego.
A época do ano também afectou os resgates de migrantes no Mediterrâneo Central. De acordo com a Frontex, em Janeiro deste ano, os resgates diminuíram 42%, numa avaliação mensal, embora sejam 55% mais elevados do que em Janeiro de 2015.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), este ano, o número de migrantes que alcançaram a Europa por via marítima ascendeu a 110.054, dos quais 102.547 à Grécia e os restantes a Itália.
Ainda de acordo com a OIM, 413 migrantes estão dados como mortos ou desparecidos, dos quais 321 no percurso para a Grécia e os restantes no percurso para Itália.
A organização recorda que em 2015, o número de 100 mil migrantes a chegar por esta via à Europa só foi alcançado em Julho. E nota que só em Fevereiro de 2016, chegaram à Grécia 42.861 migrantes.
Entretanto, a Frontex vai aumentar os esforços para combater os crimes de atravessamento ilegal de fronteiras, através de duas acções internacionais com incidência no auxílio à emigração ilegal e no tráfico de seres humanos.
Em 2016, a agência irá, pela primeira vez, organizar dois Dias de Acção Conjunta, uma numa fronteira externa da UE nos Balcãs Ocidentais e outra em fronteiras externas aéreas, em cooperação com os Estados-membros, a Europol e a Interpol.
Segundo informa a Frontex, também será estabelecido um centro de coordenação especial para melhorar o fluxo de informação entre os participantes, sintonizado com o centro de coordenação da Europol.
Os Dias de Acção Conjunta serão organizados no âmbito da política de EMPACT (European Multidisciplinary Platform against Criminal Threats) da UE, em cooperação com a Europol, e incidirá em alvos especialmente seleccionados, entre aeroportos, portos, fronteiras terrestres, rotas preferenciais, grupos criminosos e seus métodos de acção.
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