A Eco-Oil está a instalar um sistema inovador para valorização de resíduos de navios, “testado laboratorialmente e no qual temos forte expectativa de ver implementado com sucesso à escala industrial”, referiu Nuno Matos, Director-Geral da empresa, ao nosso jornal.

O sistema, fabricado pela Tecnoveritas, designa-se Ultra Sound System Dessulfurization (Dessulfurização Assistida por Ultra-Sons) e destina-se a fazer a separação das fases leves dos resíduos com ultra-sons. O sistema visa igualmente realizar a dessulfurização desses produtos para os poder voltar a colocar no mercado de combustíveis.

“Como não podem existir no mercado combustíveis cuja temperatura de ignição seja inferior a 60 graus”, segundo Jorge Antunes, da Tecnoveritas, tem que se retirar “a fase mais leve que esses resíduos possam ter”. Além disso, os resíduos não podem ter mais de um por cento de enxofre, sob pena de não poderem ser comercializados no mercado.

O nosso jornal apurou que o custo de um sistema destes dependerá sempre da sua capacidade de processamento por hora. Um modelo mais complexo, que processe aproximadamente sete toneladas/hora, poderia custar um milhão de euros.

De acordo com Nuno Matos, o sistema “integra um importante investimento na área dos combustíveis”, cujo valor, no entanto, ainda está por determinar, e deverá estar “operacional e em produção regular no início do segundo semestre de 2016”.

Integrado na nova unidade de processamento e produção de combustíveis da Eco-Oil, “é composto por diversos equipamentos que permitirão produzir um combustível de qualidade superior”, esclareceu o Director-geral da empresa.

Sobre a possibilidade expansão deste serviço de limpeza de resíduos a outros portos e estaleiros, Nuno Matos esclareceu que a empresa “tem em curso um investimento numa unidade de tratamento e valorização de resíduos de origem marítima na zona do Caribe”, sem descurar outras geografias. O estudo de impacte ambiental “foi aprovado e contamos iniciar a construção no segundo semestre de 2016”, referiu-nos.

Recorde-se que a Eco-Oil, conforme se lê no seu site oficial, “é o único operador de resíduos perigosos em Portugal a operar um terminal marítimo de uso privado, onde recebe os resíduos da Convenção MARPOL anexos 1 e 2”, ou seja, abrangidos pelos regulamentos para a prevenção de poluição por óleos (Anexo 1) e a prevenção de poluição por substâncias líquidas nocivas (Anexo 2).

 



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