Um ano depois de vários incidentes graves com navios da sua Marinha, os Estados Unidos preparam-se para reformar totalmente o processo de formação e treino deste ramo das suas Forças Armadas, unificando currículos e centralizando a autoridade
US Navy

O Secretário da Marinha dos Estados Unidos (integrado no Departamento da Defesa, o equivalente ao Ministério da Defesa em Portugal), Richard Spencer, lançou uma reforma estratégica da formação do pessoal da Marinha, referiu o Maritime Executive, numa decisão a que não foram alheios os acidentes ocorridos em 2018 com os navios USS Fitzgerald e USS John S. McCain.

No âmbito dessa medida, foi produzido um estudo de 430 páginas, intitulado «Education for Seapower» (que traduzido à letra significa algo como Educação para o Poder Marítimo), que recomendou a criação de uma Universidade Naval, dirigida por um civil, com um orçamento único e que concentrará toda a formação naval num único local, sem dispersão física ou de autoridade.

Segundo a publicação, Richard Spencer concordou com a ideia e já anunciou a intenção de criar de um Sistema Universitário Naval, que arrancará com um Colégio Comunitário Naval para pessoal alistado, e tem por objectivo unificar todas as instituições de formação para a Marinha apenas num sistema.

Isto inclui reunir no mesmo sistema não só a componente de treino operacional para navegação e tácticas, mas também instituições como a United States Naval Academy, o Naval War College, a Marine Corps University, a Naval Postgraduate School, o currículo do Naval Reserve Officers’ Training Corps e das Service Officer Candidates Schools, entre outras. A medida contempla também novos investimentos na educação online e noutras ferramentas digitais.

A mesma publicação refere ainda que esta iniciativa representa uma alteração significativa da abordagem economicista do princípio deste século. Em 2003, o programa de formação de um ano da Surface Warfare Division Officer School foi encerrado e, em sua substituição, foram fornecidos aos novos oficiais CD-ROMs com materiais formativos, numa solução por vezes designada por «SWOS in a Box,». Esta opção foi fortemente criticada por reduzir a educação marítima formal à formação de oficiais de guerra de superfície.



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