Ao longo de 21 meses, de Agosto de 2014 a Abril de 2016, investigadores de 16 instituições de pesquisa de sete países recolheram dados no Atlântico Norte para analisar o oceano. E este estudo, que faz parte de um projecto de pesquisa OSNAP (Overturning in the Subpolar North Atlantic Program) com um investimento de cerca de 21 milhões de euros sobre as correntes profundas, foi revelado no início deste mês.
Segundo as conclusões do estudo, publicadas na revista Science, as águas europeias impulsionam a reviravolta do oceano, chave para a regularização do clima, e essa circulação meridional do Atlântico, que ajuda a regular o ambiente da Terra, é altamente variável e impulsionada principalmente pela conversão de águas da superfície e quentes em águas mais frias e profundas.
O conhecimento deste fenómeno pode não só ajudar investigadores a prever melhor o degelo do Árctico, como futuras mudanças na capacidade de o oceano mitigar as mudanças climáticas, armazenando o excesso de carbono na atmosfera.
Note-se que a maior parte da reviravolta e variabilidade ocorre não no Mar de Labrador, no Canadá, como se pensava, mas em regiões entre a Gronelândia e a Escócia. As águas mornas, salgadas e superficiais levadas para o norte dos trópicos pelas correntes e pelo vento, afundam-se e convertem-se em águas mais frias e profundas, movendo-se para o sul através das bacias Irminger e Iceland.
Ao longo do estudo, a variação invertida nesta parte leste do oceano foi sete vezes maior do que no Mar de Labrador e foi responsável por 88% da variação total documentada em todo o Atlântico Norte. “Para ajudar nas previsões do clima nos próximos anos e décadas, precisamos de saber onde esta profunda reviravolta está a ocorrer actualmente e o que está a causar a mudança”, explicou Susan Lozier, principal investigadora do estudo.
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