Na última semana, o ministro dos Oceanos e Pescas da Coreia do Sul, Kim Young-Choon, anunciou que o seu Governo está a realizar um estudo de viabilidade para desenvolvimento de um porto marítimo em Slavyanka, na Rússia, cerca de 40 quilómetros a sudoeste de Vladivostoque e adjacente à província chinesa de Jilin, refere o Maritime Executive. De acordo com o ministro, o estudo é uma resposta ao interesse manifestado por empresas privadas em investir naquela região, todavia, o motivo pode ser mais amplo.
A publicação recorda que esta ideia não é nova e tem antecedentes. Por um lado, agências de desenvolvimento russas já consideraram o potencial de Slavyanka, situado próximo da fronteira com a Coreia do Norte, para servir de plataforma à mercadoria proveniente do nordeste da China. Por outro, já em 2006 a Rússia, a China, a Coreia do Sul e o Japão admitiram criar em conjunto uma rota marítima entre a província de Jilin e o Mar do Japão, via Zarubino, um pequeno porto russo a 32 quilómetros a sudoeste de Slavyanka, reduzindo numa semana o trânsito de carga entre Jilin e o Japão e eliminando uma viagem ferroviária de quase mil quilómetros até Dalian, o porto de onde actualmente partem as mercadorias de Jilin.
Este último plano não se concretizou, mas em 2017, a Hyundai Engineering & Construction Co. assinou um Memorando de Entendimento com a empresa russa Berkut para desenvolver um projecto semelhante em Slavyanka, refere a publicação, citando a agência noticiosa sul-coreana Yonhap. Além de servir os interesses privados, o plano de uma plataforma logística em Slavyanka com capital sul-coreano vai ao encontro da «Nova Política do Norte» do Presidente Moon Jae-In, da Coreia do Sul, que contempla projectos conjuntos de infra-estruturas com a Rússia e a Coreia do Norte.
O projecto mais ambicioso desta política é uma renovação do impulso à ferrovia entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, com ligação à linha ferroviária do Transiberiano Baikal-Amur Mainline.
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