A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estima que em 2020, quando entrarem em vigor as novas regras internacionais sobre os combustíveis marítimos, 30% dos armadores não estarão em condições de cumprir as suas obrigações na matéria, refere o World Maritime News. Ou seja, somente 70 % dos armadores terão os navios alimentados a gás natural liquefeito (GNL) ou combustíveis de baixo teor de enxofre ou equipados com scrubbers.
Para a consultora Poten & Partners, citada pelo jornal, as principais razões que explicam esta estimativa residem na expectativa de um reduzido nível de penetração dos scrubbers no mercado e na potencial carência de combustível autorizado em 2020. No cenário da consultora, os combustíveis de baixo teor de enxofre (LSFO) e o gasóleo terão um incremento em 2020, enquanto a penetração progressiva dos scrubbers induzirá a continuação do uso dos combustíveis mais pesados (os high sulphur fuel oils, ou HSFO) ao longo do tempo.
Diz também a consultora que a OPEP está optimista quanto à penetração dos scrubbers a partir de 2020. Tal penetração deverá acelerar, após um arranque incipiente. Este ano começou com 500 navios já equipados ou com aquele sistema sob encomenda. Em 2020, a OPEP estima que esse número seja de dois mil, que crescerá para 4.500 a 5 mil a médio prazo.
A Poten & Partners considera igualmente que as refinarias mais sofisticadas terão mais flexibilidade para adaptar as suas instalações ao combustível necessário mercado, mas a incerteza reinante quanto ao padrão que se vai impôr deixa-as relutantes relativamente aos investimentos a realizar. Em vez disso, as refinarias preferirão esperar para ver, mas mesmo assim, só tenderão a correr riscos assentes em incentivos económicos e na evolução da procura efectiva, em vez de anteciparem uma procura incerta.
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