Foi desenvolvida a base de dados que permite descodificar a relação entre o comércio global e o ambiente.
HHI

 

Foi desenvolvido o Exiobase 3, uma base de dados que permite descodificar a forma como o comércio global afecta o ambiente. Sendo que, dessa base de dados já se deduziram algumas conclusões – analisado o período entre 1995 e 2011, observou-se um aumento, para o dobro, do consumo de material electrónico e vestuário durante 17 anos, segundo a Gemini News.

 

Desenvolvido ao abrigo do 7º Programa Quadro da União Europeia em conjunto com um programa denominado Desire, liderado por Arnold Tukker, da Universidade de Leiden (Holanda) e Richard Wood, do programa da ecologia da indústria da Norwegian University of Science and Technology’s (NTNU, da Noruega), a base de dados representa um modelo global de avaliação económica e ambiental que permite aos investigadores entenderem as ligações entre o consumo, o impacto ambiental e o comércio ao longo do tempo.

 

Destacando o investigador, como principal causa, o aumento de consumo de produtos electrónicos, de “fast fashion” e de mercado de massas, a tendência que denomina de “desacoplamento” surgiu da relação entre uma unidade de pressão ambiental (por exemplo, uma tonelada de materiais usados) com duas medidas independentes de desenvolvimento, como sejam a unidade populacional e o PIB (Produto Interno Bruto).

 

Neste âmbito, entre os principais exportadores líquidos de emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE) estão a Ásia e a China, sendo que o destino da maioria dessas exportações foi a Europa, com importações de 1,6 gigatoneladas, e a América do Norte. Assim, “a pegada global subiu de 8,3 toneladas per capita para 11,3 toneladas entre 1995 e 2011, um aumento de 36%”, referiu Wood.

 

Concluiu-se que quando observados individualmente, a maioria dos países parece ter separado o crescimento económico da degradação ambiental. Ainda assim, há economistas que argumentam que o comércio internacional pode promover a eficiência dos recursos ao aumentar a competitividade entre os países e ao fornecer acesso aos recursos. A questão é que “a maior parte do crescimento na produção de recursos intensivos está a ocorrer em regiões com leves regulamentações ambientais”, nomeadamente a China e a Ásia, conclui o investigador.

 

Embora o estudo não seja focado em soluções, os investigadores sugerem que os resultados se transformem em esforços para cumprir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, destacando o desafio de aumentar o desenvolvimento global, mantendo e reduzindo os impactos ambientais.

 



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