O abrandamento generalizado da velocidade dos navios tem fortes possibilidades de se transformar no cenário mais comum no transporte marítimo a partir de 2020, quando entrarem em vigor as novas regras da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla inglesa) sobre o tipo de combustível autorizado ao sector, concluiu um painel de oradores presente numa conferência promovida pela consultora financeira Capital Link, citado pelo World Maritime News.
De acordo com Stamatis Tsantanis, CEO da Seanergy Maritime Holdings, empresa de transporte marítimo de granéis sólidos citado pelo jornal, “se a frota global abrandar 30%, o que, na minha opinião é o cenário mais provável, 300 ou 400 capesizes sairão do mercado”. Neste contexto, os capesizes são graneleiros com um porte bruto médio de 175 mil toneladas.
Na ocasião, Ian Webber, CEO da Global Ship Lease, empresa fretadora de navios porta-contentores, considerou que o mesmo se aplica a este tipo de navios, segundo o jornal. Referiu que os porta-contentores já reduziram a velocidade há 10 anos, especialmente nas longas distâncias, como as ligações Ásia-Europa, mas lembrou que o desafio para estes navios se vai multiplicar devido à superior capacidade dos seus motores, quando comparados com os motores de outros navios. O que significa limites de velocidade mais severos para os porta-contentores do que para os graneleiros ou os navios tanque.
No caso dos navios tanque, segundo os oradores que falaram sobre este segmento, a redução de velocidade irá prevalecer, na sequência das novas regras sobre abastecimento de combustíveis aos navios. Eddie Valentis, CEO da Pyxis Tankers, armadora de navios tanque, considerou que 2020 será um ano de disrupção para este segmento de navios e que a necessidade de combustível com menor teor de enxofre em todo o mundo induzirá a procura de navios de transporte de derivados do petróleo, que beneficiarão dessa necessidade, segundo refere o jornal.
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