Lançado em 2017 no âmbito do programa EGNOS e coordenado pela GMV, o projecto já permitiu tirar conclusões em prol da segurança marítima
SEASOLAS

A multinacional GMV “realizou recentemente uma campanha de dados a bordo de um cargueiro da empresa OPDR (MacAndrews, desde 2018) no trajecto Sevilha – Tenerife – Las Palmas – Sevilha, com o objectivo de analisar as características particulares do ambiente marítimo”, no âmbito do projecto SEASOLAS, destinado a melhorar a segurança operacional no transporte marítimo com tecnologia de navegação por satélite, refere a empresa em comunicado.

A campanha, que foi considerada um sucesso, envolveu a instalação de cinco receptores GNSS (Global Navigation Satellite Systems, ou sistemas de navegação por satélite) multifrequência em diferentes pontos do cargueiro, que permitiram recolher “dados em diferentes fases operacionais, como a entrada na eclusa de Sevilha, operações portuárias ou navegação oceânica”, refere a empresa.

Diz a GMV que a partir das informações obtidas durante o processo, foi estudada “a probabilidade com que se comprometia a segurança da navegação em função de diferentes eventos” e foi possível definir com maior precisão as dificuldades específicas da navegação marítima, tendo sido “proposto um conjunto de soluções técnicas para abordá-las e para garantir a segurança da navegação”.

Recorde-se que a GMV é a coordenadora do SEASOLAS, no qual conta com vários parceiros: a Valdani Vicari & Associati Srl (VVA), de Itália, a Kongsberg (KSX), da Noruega, a European Satellite Services Provider (ESSP), de França, que tem 7 shareholders, inclundo a NAV Portugal, e a General Lighthouse Authority (GLA), do Reino Unido. Segundo apurámos, o projecto é integralmente financiado pelo programa Horizonte 2020.

O SEASOLAS foi lançado em 2017 pela Comissão Europeia (CE) no âmbito do desenvolvimento do programa EGNOS (European Geostationary Navigation Overlay Service), que é um sistema de aumentação por satélite desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela CE “que completa o serviço GPS em todos os Estados europeus, embora possa vir a estender-se a outras regiões desde que estejam dentro da cobertura do sistema”.

“O projecto dura 18 meses mas o horizonte é muito mais alargado, uma vez que se trata de uma contribuição para a definição do serviço marítimo do EGNOS”, referiu-nos fonte da GMV, que tem representação em Portugal. O seu propósito concreto é “definir o uso do EGNOS no âmbito da segurança marítima”, referiu-nos a mesma fonte, acrescentando que “nos últimos anos os navios têm vindo a usar o sistema GPS e EGNOS para navegar, mas não estão a explorar todas as potencialidades do EGNOS, nomeadamente em termos de aumento de fiabilidade e resolução” e que “ainda há muito trabalho a fazer nas áreas de certificação de receptores e definição de serviços marítimos que possam explorar todo o potencial do EGNOS”.



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