John John Florence é novamente o campeão do mundo de surf - WSL 2017, no entanto foi Jeremy Flores quem venceu o Billabong Pipe Masters
World Surf League 2017

John John Florence conquistou o título da World Surf League de 2017 (WSL), esta semana, no Billabong Pipe Masters, em Oahu, nos Estados Unidos, pela segunda vez consecutiva, apesar de a vitória deste campeonato ter ido para o francês, Jeremy Flores. A temporada do surfista que é campeão mundial começou com fortes resultados na Austrália, com a sua primeira vitória em Margaret River. No entanto, tremida pelo meio, após receber o 13º lugar no Rio e nas Ilhas Fiji, Florence progrediu os seus resultados no resto da temporada, ficando em 5º e 3º, sem mais vitórias.

“Tem sido o meu sonho ganhar em casa”, disse Florence. “Tantas pessoas estiveram aqui para mim este ano, e tem sido incrível. Foi um ano fantástico e estou muito animado”, referiu. “Acho que aprendi muito sobre mim mesmo, este ano, a competir com tanta pressão, especialmente por causa da vitória do ano passado”, acrescentando John John que este “foi um ano difícil, tive algumas baixas, no entanto foi muito divertido”.

Considerado um dos melhores surfistas do mundo, Florence trabalhou bastante, não só este ano, para melhorar a sua qualificação no Championship Tour (CT), como desde 2011. Tendo já terminado no Top 5 duas vezes (4º em 2012 e 3º em 2014), com este segundo título, John John Florence pode estar a ser olhado pela WSL e pelo mundo do surf como o “início de uma nova dinastia no surf de alto desempenho”, como refere o comunicado de imprensa da WSL.

Jeremy Flores conquistou a segunda vitória de Billabong Pipe Masters, (sendo que a primeira foi em 2010), esta semana, depois de derrotar Florence numa Final emocionante. Flores termina em 15º lugar no Jeep Leaderboard, e solidifica assim o seu lugar no CT de 2018, a sua primeira vitória do CT desde Tahiti, em 2015. “Não consegui pensar em nenhuma maneira melhor de ganhar este Pipe Master. Parabéns a todos. Parabéns ao John John e ao Gabriel Medina, estes tipos são do próximo nível. O meu objectivo era vencer este evento, mas isto é louco, estou tão feliz”.

“Tem sido assustador estar tão próximo, em pontos, de alguém como Gabriel Medina, que é um excelente surfista aqui e um competidor feroz”, referiu Florence. “O seu retorno à Europa foi incrível, ele ganhou dois eventos seguidos e, portanto estava na corrida ao título. Surfar com ele foi desafiador, e teria sido óptimo se tivéssemos estado juntos na final para o título”, acrescentou.

O jovem Gabriel Medina, de 23 anos, proveniente de Maresias, São Paulo, tornou-se o primeiro campeão do WSL no Brasil, quando conquistou o título em 2014. Medina tem estado na corrida ao título mundial todos os anos desde a sua primeira vitória nesse ano (nº 3 na Jeep Leaderboard em 2015 e 2016).

“2017 foi um óptimo ano”, disse Medina, que apesar de se ter lesionado no início do ano, tentou dar o seu melhor. Como o afirmou, teve alguns resultados maus, mas também bons resultados. “Estou tão cansado agora porque coloquei tudo na água. Mas tentei apenas nunca desistir porque há sempre uma hipótese. Este foi um ano longo e foi difícil lidar com todos os altos e baixos, por isso foi stressante. Mas isso faz parte do jogo, o que precisamos é dar o nosso melhor. O meu objectivo aqui foi a final, e voltarei para o próximo ano”, concluiu.

O campeão que ganhou o WSL 11 vezes, Kelly Slater, foi ultrapassado por Medina na quarta ronda do heat 3. O brasileiro ficou na batalha contra o americano com duas pontuações de excelente alcance, um 8.90 e um 9.07 quase perfeito. Slater fez vários tubos, mas não conseguiu escapar da maioria das tentativas. A precisar de duas novas pontuações para superar o Campeão WSL de 2014, Slater não conseguiu responder e foi eliminado, ficando em 9º lugar.



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