O encerramento de todos os portos, aeroportos e fronteiras do Iémen pela coligação internacional chefiada pela Arábia Saudita, que ali combate contra as milícias Houthi num conflito que já dura há cerca de três anos, corre o risco de criar uma grave crise humanitária no país, referem vários meios de comunicação internacionais.
Segundo tem sido adiantado por vários meios de informação, várias organizações internacionais, como as Nações Unidas, apelaram ao fim do bloqueio, de modo a que o auxílio humanitário chegue ao país. O porta-voz da Organização para Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Jens Laerke, terá admitido que alimentos, medicamentos e combustíveis estavam proibidos de entrar no Iémen, tornando o quotidiano mais difícil para milhões de pessoas.
O mesmo responsável, citado pela Voice of America (VOA), terá relatado que os preços dos combustíveis aumentaram 60% de um dia para o outro em algumas partes do país e que longas filas de veículos já são vistas em estações de combustível.
Por outro lado, na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) foi impedida de importar 250 toneladas de medicamentos através do porto marítimo de Al-Hudaydah (ou Hodeidah), designadamente com recurso a um navio que transportava kits para cirurgias, equipamentos de anestesia, incubadoras, purificadores de água e outros equipamentos, refere o Maritime Executive.
Peter Salama, Director Executivo para Emergências da OMS, citado por este meio de comunicação, terá afirmado que “o país ainda enfrenta o maior surto mundial de cólera e sete milhões de pessoas estão à beira da fome, incluindo cerca de dois milhões de crianças fortemente malnutridas”.
Citado pelo mesmo meio de informação, Nevio Zagaria, representante da OMS no Iémen, admitiu que a organização tem equipamentos para duas mil cirurgias, que correm o risco de não serem suficientes para salvar vidas, devido à escalada do conflito e ao encerramento dos portos.
A cólera é outra preocupação da OMS, que relatou que desde Abril foram registados mais de 900 mil casos no país, dos quais resultaram, pelo menos, 2.100 vítimas mortais. Apesar de ter conseguido prevenir numerosas fatalidades por cólera, a OMS admite que esse êxito pode conhecer um retrocesso se as restrições impostas pela coligação se mantiverem.
Jens Larken, citado pela VOA, admitiu que entre 80 a 90 por cento das importações de alimentos chegavam ao país pelas vias bloqueadas pela coligação antes da crise e que se estas vias não se mantiverem abertas, será uma catástrofe para pessoas que já enfrentam a pior crise humanitária do mundo da actualidade.
Na próxima Quarta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá reunir, a pedido da Suécia, para discutir a situação, terão admitido ao Bahrein Mirror vários diplomatas em Nova Iorque.
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