“A Fundação Oceano Azul, cooperando com a Missão Portuguesa junto das Nações Unidas, decidiu apoiar a participação na Conferência da ONU sobre Oceanos de Representantes de Pequenos Estados-Ilha em Vias de Desenvolvimento”, anunciou Tiago Pitta e Cunha, CEO da instituição, durante uma intervenção na última reunião do Grupo dos Amigos dos Oceanos das Nações Unidas, que teve lugar em Nova Iorque, no passado dia 17 de Maio, na Missão Permanente de Singapura na ONU, naquela que foi a primeira participação de uma Fundação portuguesa numa reunião deste grupo.
Na ocasião, Tiago Pitta e Cunha, que participou no evento como convidado especial, considerou que “os oceanos estão em muito pior situação ambiental do que maioria das pessoas julga”. Esta percepção errada sobre o estado dos oceanos “é perigosa, porque leva-nos a não fazer nada sobre a incrível crise do ambiente azul que se avizinha”, referiu. “Infelizmente, a maioria das pessoas, pelo menos, na Europa, ainda considera os problemas dos oceanos como muito distantes e que afectam sobretudo os peixes, as criaturas marinhas e talvez (no caso dos mais informados) a biodiversidade como um todo”, afirmou.
Para o CEO da Fundação Oceano Azul, “em alguns casos, a discussão sobre os oceanos está no ponto em que estava a das alterações climáticas há 25 anos, antes do Protocolo de Kyoto”, ou seja, entendida como um problema pelos cientistas, mas ignorada pela maioria das pessoas, incluindo os decisores”. Com o tempo, a discussão sobre as alterações climáticas evoluiu de uma questão ambiental para uma questão económica e daí para uma questão política. “Hoje, é uma questão no topo da agenda global e um dos assuntos críticos que influenciarão as nossas vidas, sociedades e economias nas próximas gerações”, referiu.
Tiago Pitta e Cunha considerou que os oceanos desempenham um papel essencial na globalização, na segurança dos abastecimentos energéticos, na sustentabilidade energética, na manutenção da paz e segurança internacionais, na crise ecológica actual e nas alterações climáticas. Por esse motivo, apelou a uma alteração do modo como encaramos os oceanos, passando de uma perspectiva meramente ambiental para uma visão económica, “até mesmo política”, tornando os oceanos um problema humano, “tal como sucedeu com as alterações climáticas”.
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