Decorreu ontem, no porto de Sines, uma demonstração de um equipamento inovador para contenção de derrames em operações de abastecimento a navios, designado Vikoseal Boom, fabricado pela empresa britânica Vikoma.
Segundo apurámos, o equipamento custa entre 12 e 16 mil euros, está no mercado há cerca de um ano e até hoje a empresa, representada em Portugal pela J.Garraio & Ca., terá comercializado 12 unidades em todo o mundo, com destaque para a Europa e Sudeste Asiático.
Em Portugal, a Administração do Porto de Sines terá manifestado interesse em conhecer o produto, para eventual aquisição, mas ainda não existe uma decisão tomada nesse sentido. Actualmente, ainda não está comercializado no nosso país.
Poderá existir interesse também por parte das administrações portuárias de Leixões e Lisboa, bem como da Galp (enquanto vendedora de combustível), que esteve representada na visualização da demonstração.
O Vikoseal Boom é um sistema de insufláveis concebido para conter derrames de combustível durante o processo de abastecimento de navios. É produzido em neopreno (um tipo de borracha sintética originalmente utilizado em vestuário de mergulho) vulcanizado sob pressão para reforçar a sua resistência, pode ser fabricado com dimensões à medida do interesse do cliente e deve ser utilizado aos pares.
A utilização do sistema é simples. Transportado a bordo do navio abastecedor, é lançado à água vazio no intervalo que o separa do navio a abastecer. Uma unidade à ré e outra próximo da proa. Em seguida, ambas as unidades são insufladas até se ajustarem aos dois navios, o que é facilitado pela natureza flexível do material. Depois de insufladas e ajustadas aos navios, formam uma bacia de contenção, na qual será aprisionado o combustível eventualmente derramado na operação de abastecimento.
Segundo os fabricantes, o sistema tem diversas vantagens sobre os sistemas actualmente usados para a mesa finalidade. Uma é a contenção do derrame, evitando o seu alastramento, que tornaria mais difícil a sua absorção. Outra é tornar desnecessário o recurso ao sistema das barreiras envolventes, usado com frequência, mas que abrange uma área maior, permitindo um grau de alastramento maior do que a nova solução. Outra ainda é a segurança, pois dispensa o recurso ao factor humano ao nível do combustível instalado (o sistema é lançado à água a partir do navio e insuflado a partir de bordo e recolhido também a partir de bordo). Tem ainda vantagens relacionadas com a dinâmica da operação em mar agitado.
A diferença no preço está principalmente relacionada com o facto de o sistema poder ser comercializado com ou sem integração de um mecanismo de bombagem de ar, com o qual o Vikoseal Boom é insuflado.
3 comentários em “Sistema inovador para contenção de derrames testado no porto de Sines”
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O sistema em causa não resolve o problema de poluição e contaminação das águas nos portos de abastecimento dos combustíveis. Das pesquisas feitas entre 2005 a 2008, permitiram a criação de barreiras/boom de conteção de dupla função, permitindo assim, a conteção e limpeza dos derrames de crude ou produtos petrolíferos em simultâneo. Ao antigir a saturação, substitui-se o sistema de barreiras/boom e com a ajuda de uma máquina exprime-se produto e podendo-se usar a barreira/boom várias vezes. Infelizmente, apesar de ser uma técnica muito simples, económico e eficaz a tecnologia continua esquecida por falta de interesse das empresas ligadas no processo de transporte destes líquidos. autor da tecnologia: Agostinho da Conceição – Maputo/Moçambique
Não consegui perceber a sua questão no entanto quero deixar claro que se trata de um sistema de acção preventiva.
A recolha dos hidrocarbonetos terá de ser feito numa fase posterior.
Esta é uma solução eficaz e de fácil aplicação na agua e que elimina o o risco de um derramamento de hidrocarbonetos na aggua durante uma operação de transfega de combulstivel
Durante a demontração feita no porto de Sines foi possivel constatar o acima referido. O sistema foi tambem ja testado com sucesso em outros portos Europeus.
Pedro Ferreira
A contenção do derrame numa área limitada é importante mas não chega. É necessário pelo menos aspirá-lo, armazená-lo e fazer a separação do óleo. Seria interessante ver o que utiliza o Porto de Sines para o efeito