O veleiro VOR 70 Mirpuri Foundation chegou ontem a Barbados, após sete dias (ou 1.600 horas) de viagem pelo Atlântico. Apesar de dois dias complexos na fase final da viagem, devido à agitação marítima e instabilidade dos ventos alísios, os únicos incidentes técnicos a bordo do veleiro “foram uma vela de proa rasgada logo no primeiro dia de navegação – que o skipper confessou ter sido causada pela exigência da equipa em incrementar a performance do barco – e a quebra de uma régua da vela grande”, a dois dias da chegada, informou a equipa em comunicado.
Registaram-se ainda “ligeiras queixas de saúde – como queimaduras e uma infeção na unha”, que o skipper e presidente da Fundação Mirpuri, Paulo Mirpuri, “sendo também médico”, resolveu “eficientemente”, informou a equipa. Bem disposta “e sem sinais de cansaço, a tripulação desembarcou em Shallow Draft para os habituais procedimentos alfandegários, sem mostrar vestígio do duro trabalho de navegação nos últimos dois dias, com vagas constantes de 8 metros de altura e ventos instáveis entre 12 e 16 nós”, esclareceu a equipa.
À chegada, Paulo Mirpuri, que fez nesta viagem a sua primeira travessia transatlântica, admitiu ter adquirido uma importante experiência e afirmou que agora sabe “exactamente como seleccionar os velejadores portugueses para a futura equipa Mirpuri Foundation na Volvo Ocean Race 2020”, acrescentando que vai “participar pessoalmente no processo de selecção das equipas masculina e feminina” que pretende formar. Desta forma, Paulo Mirpuri demonstrou manter a intenção de criar uma tripulação portuguesa, ou de língua portuguesa, como referiu na conferência de imprensa que antecedeu a partida do veleiro de Cabo Verde, para participar na Volvo Ocean Race daqui a três anos.
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