Como referido pelo Presidente da Fundação Oceano Azul, José Soares dos Santos, para além da dotação orçamental ser propositadamente limitada de modo conduzir também a uma mais criteriosa escolha dos projectos a apoiar, a intenção não é apenas investir em novos projectos e em novas empresas mas, acima de tudo, compreensivelmente, em empresas e projectos avaliados, potencialmente, de elevado valor de mercado.
Como igualmente referido pelo Presidente da Fundação Oceano Azul, o âmbito dos apoios a realizar não se restringe ao âmbito nacional mas, pelo contrário, terá um carácter realmente internacional uma vez que o verdadeiro e último objectivo da iniciativa é contribuir para estabelecer Portugal com um possível verdadeiro centro de desenvolvimento na área da Biotecnologia, a par dos mais avançados do mundo, entre os quais se destacam neste momento os Estados Unidos, Canadá, Noruega, Alemanha ou Japão, entre outros, sendo para tal necessário e decisivo a capacidade de atrair as mais avançadas empresas a instalarem-se entre nós, oferecendo-lhes um ecossistema de possível de investigação, desenvolvimento científico e de negócios à altura da biodiversidade única em termos europeus existente nas áreas marítimas sob jurisdição nacional.
Nesse enquadramento, como também sublinhou Tiago Pitta e Cunha, Presidente Executivo da Fundação Oceano Azul, a Fundação que irá gerir a iniciativa, há igualmente a intenção de alargar a parceria a terceiras entidades, como já sucede com a BlueBio Alliance e a Biomarine, correspondendo a primeira à associação nacional das empresas de biotecnologia e a segunda à empresa fundada por Pierre Erwes, responsável pela organização anual de uma Conferência de Negócios que se tem vindo a realizar desde há ano itinerantemente entre diversos países e este ano voltará ao Centro de Congressos do Estoril em Outubro, de modo a ampliar o mais possível a capacidade de projecção da iniciativa e, por consequência, dos respectivos resultados.
Isabel Mota, Presidente da Fundação Gulbenkian, lembrando o facto da actual iniciativa surgir na sequência do estudo desenvolvido sobre o Valor do Capital Natural que permitiu, entre outros resultados, alterar não apenas a percepção, por parte das empresas envolvida no mesmo, da importância do mar mas, inclusive, a respectiva prática em termos de sustentabilidade, não deixou de acentuar igualmente ser esta iniciativa, genericamente designada como Blue Bio Value, apenas a primeira iniciativa de outras que se espera, num futuro próximo, poderem vir a ser igualmente desenvolvidas por ambas as Fundações em prol dos Oceanos, da sustentabilidade e das alterações climáticas.
Espera-se que esta iniciativa esteja completamente operacional em Julho próximo, momento em que deverá aberta a recepção às primeiras candidaturas aos apoios agora anunciados.
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