A ministra do Mar admite que ainda não foram obtidos os resultados desejados no diálogo com os trabalhadores das administrações portuárias, mas revela disponibilidade para encontrar uma solução que não comprometa a actividade portuária e promova a paz social
APAT

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações e Juntas Portuárias (SNTAJP) convocou uma greve para os dias 4 e 8 de Junho. Segundo comunicado do sindicato, o pré-aviso de greve abrange “todas e quaisquer operações e actividades” em que devam intervir os trabalhadores das administrações portuárias dos portos do Douro, Leixões, Viana do Castelo, Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa, Setúbal, Sines e Algarve, e ainda os do terminal de granéis líquidos de Sines, “nomeadamente os pertencentes ao quadro da Administração do Porto de Sines que ali prestam serviço”.

É igualmente convocada uma greve ao trabalho extraordinário, “por tempo indeterminado, a partir das 00.00 horas do dia 29 de Maio de 2018”. Como serviços mínimos, o sindicato propõe “uma tripulação (composta por um mestre, um marinheiro e um motorista marítimo) que exclusivamente intervirá em situações de emergência relacionadas com segurança”. No caso do terminal de granéis líquidos de Sines, o sindicato remete para o que definido “pelo Acórdão do Tribunal Arbitral, de 08 de Setembro de 2011 (Proc.º. nº 35/2011-SM)”.

De acordo com o SNTAJP, esta greve consiste na reposição daquela que aludia o seu pré-aviso de 9 de Março último e que terá sido suspensa “por solicitação da Senhora Ministra do Mar, com o objectivo de, num prazo de quatro semanas, resolver a situação com a Tutela Financeira (Ministério das Finanças)”. “Ultrapassados todos os prazos” sem que a situação tenha sido desbloqueada e “mantendo-se assim todas as razões e fundamentos” então evocados”, segundo refere, o SNTAJP avançou novamente para uma greve.

O nosso jornal contactou o Ministério do Mar para obter uma reacção a este pré-aviso. Segundo o Ministério do Mar, Ana Paula Vitorino “mantém um estreito diálogo com todas as partes envolvidas tendo, inclusivamente, constituído um grupo de trabalho, coordenado pela área governativa do mar, para analisar estas questões, mas que não obteve os resultados desejados”. O Ministério do Mar sublinha ainda que Ana Paula Vitorino “continua disponível e empenhada em encontrar uma solução conjunta que promova a paz social e não comprometa a atividade portuária”.

Questionada pelo nosso jornal sobre a mesma situação, a Yilport, que opera em vários terminais do país, referiu-nos que independentemente das razões alegadas pelos trabalhadores, e sobre as quais a operadora não faz comentários, manifestou a sua apreensão com esta greve relativamente ao porto de Lisboa. E manifestou esperança em que os interlocutores envolvidos possam chegar a um entendimento e a uma solução que ultrapasse o problema.



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