O sindicato não gostou que o ministro Adjunto e da Economia tivesse atribuído responsabilidade pela quebra nas exportações aos estivadores do porto de Setúbal
Pedro Siza Vieira

O Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL) reagiu com ironia à explicação dada pelo ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, para a quebra das exportações nacionais no final do ano. Em conferência de imprensa realizada no passado dia 14 de Fevereiro, o ministro admitiu que essa quebra pode ser atribuída à greve dos estivadores no porto de Setúbal, que terá tido “um impacto nos meses de Novembro e Dezembro no desempenho das exportações”.

No seu blogue o Estivador, o SEAL ironiza com as previsões do Governo sobre o PIB face aos resultados efectivamente verificados e com o impacto que neles teve o trabalho dos estivadores. Para depois incidir na produção da Autoeuropa, que o SEAL classificou como “a menina dos olhos do Sr. Ministro”.

De acordo com o SEAL, “a paragem de 40 dias no porto de Setúbal apenas atrasou as exportações da Autoeuropa (será apenas nestas que as pupilas do Sr. Ministro se focam)”, sendo que as exportações em atraso “já foram recuperadas durante as últimas semanas de trabalho pelos mesmos estivadores”.

“O que provocou a diminuição da produção da menina dos olhos do Sr. Ministro foram as paragens que se verificaram na Autoeuropa antes e depois da greve dos estivadores, em virtude do problema de certificação dos motores VW na sequência do crime ambiental que representou o escândalo de emissão de poluentes Dieselgate”, refere o SEAL.

O sindicato recorda depois que “quando começou a denominada greve dos estivadores, mais do que uma dezena de milhares de veículos já se encontravam parqueados, a aguardar certificação, entre o cais de Setúbal, a base aérea do Montijo e outros locais de recolha”.

 



Um comentário em “SEAL reage com ironia a Pedro Siza Vieira”

  1. Orlando Temes de Oliveira diz:

    Quando as coisas correm mal todas as desculpas são utilizadas.
    Mas desta vez foi um tiro no pé! Então as exportações portuguesas só dependem da exportação dos carros produzidos pela Autoeuropa? Tanta propaganda que a nossa economia estava a produzir novas exportações e afinal devem-se somente á produção que já existia?

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