Ministra das Pescas de Angola admite redução dos recursos e defende melhoria no padrão de exploração, mas reconhece peso das alterações climáticas e da poluição no fenómeno
Vitória Barros Neto

A ministra das Pescas de Angola, Vitória de Barros Neto, admitiu recentemente que os recursos pesqueiros do seu país estão a diminuir, segundo referem vários meios de comunicação. Falando na Convenção da Corrente Fria de Benguela (BCC, na sigla em inglês), a ministra enquadrou este fenómeno no quadro mundial de uma “redução dos recursos marinhos vivos, que é muitas vezes atribuída à sobrepesca”, refere a Lusa.

Na ocasião, Vitória de Barros Neto defendeu que Angola aposta em “melhorar o padrão de exploração dos recursos marinhos do país, de modo a ter uma frota de pesca rentável, adaptada aos recursos disponíveis” e defendeu um melhoramento “do sistema de monitorização, controlo e fiscalização para combater a pesca ilegal”.

No entanto, a governante angolana reconheceu que essas estratégias nem sempre têm o impacto desejado na recuperação dos recursos por não considerarem a funcionalidade dos ecossistemas. Para a ministra, as alterações climáticas e a poluição constituem cada vez mais um desafio para a sustentabilidade dos oceanos e dos sistemas aquáticos.

Segundo o Ministério das Pescas de Angola, a ministra considerou que a Corrente de Benguela é importante para a manutenção do ecossistema produtivo nacional dos pelágicos e que nesse contexto, a parceria com a Noruega e a FAO, através do programa Nansen, é um contributo valioso para obter dados científicos que levem ao desenvolvimento de políticas de governação.

 



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