Até ao final deste ano, a Docapesca espera certificar as duas lotas conforme a norma ISO:22.000 para Sistemas de Gestão e Segurança Alimentar. Para 2018 estão prevista igual certificação em Sesimbra e Viana do Castelo, e em 2019 poderá ser a vez de Peniche.
Docapesca

A Docapesca está em vias de certificar as lotas da Póvoa de Varzim e Figueira da Foz conforme a norma ISO:22.000 para Sistemas de Gestão e Segurança Alimentar e espera concluir o processo até ao final do ano. Segundo apurámos, junto do Conselho de Administração da empresa, estas serão mesmo as primeiras lotas certificadas no âmbito desta norma e o “primeiro passo para certificar todas as lotas nacionais no quadro de normas de qualidade e segurança alimentar”.

Originalmente, a ideia era certificar em primeiro lugar a lota de Peniche, devido às condições de que dispunha e às recentes intervenções infra-estruturais, para uma rápida certificação, mas o incremento das vendas que ali se verificou alterou os dados da questão. Sem afastar a intenção de o fazer, a Docapesca prefere avaliar o resultado das certificações que estão em curso.

Segundo apurámos, a empresa espera certificar as lotas de Sesimbra e Viana do Castelo em 2018, que também será um tempo de consolidar a certificação das lotas cujo processo decorreu em 2017. Peniche poderá vir a sê-lo no ano seguinte. O objetivo é contribuir para melhorar as condições de segurança alimentar das lotas nacionais e com isso valorizar o pescado ali comercializado junto dos agentes económicos, quer internos, quer externos. Depois deste passo, será altura de iniciar o processo de certificação no âmbito dos sistemas da qualidade e dos sistemas ambientais.

 

Estratégias de comunicação

 

No plano das iniciativas para valorizar o pescado comercializado nas lotas nacionais, também estão os cabazes do mar, que a Docapesca quer replicar noutros locais, além daqueles em que o modelo já foi implementado. Até ao final deste ano, a empresa espera identificar cinco municípios que possam replicar o modelo.

Paralelamente, a Docapesca espera incentivar os mais jovens a consumir pescado, criando hábitos de consumo, desde logo entre as crianças. Um objectivo assumido pelo Governo, através do Ministério do Mar, e que já conta com uma campanha em curso, que inclui o conhecido praticante de kitesurf, Francisco Lufinha, cujas imagens em directo a consumir pescado durante a travessia entre o Continente e os Açores (que significou um novo recorde mundial) podem constituir uma influência junto dos jovens.

O envolvimento do jovem desportista enquadra-se numa estratégia de comunicação da Docapesca que se estende a outros segmentos. Segundo apurámos, a presença da empresa em certames internacionais para apoiar o sector terá um modelo diferente em 2018. No próximo ano, a Docapesca conta estar na Conxemar, a mais importante feira ibérica dedicada ao pescado, na Galiza, e na Seafood, a grande feira europeia, em Bruxelas. Na Conxemar, a empresa acompanha as Organizações de Produtores nacionais.

O novo modelo, segundo a Docapesca, assenta no facto do sector ter evoluído muito rapidamente e dispôr de autonomia suficiente para se promover no estrangeiro. Agora, o importante, será analisar com o sector em que países interessa marcar presença e programar missões comerciais dirigidas a esses destinos. No plano interno, a Docapesca continuará a marcar presença nos certames com maior relevância para o sector.

 

Modernização e sustentabilidade

 

Entre as actividades em que a Docapesca continua a apostar está a partilha e gestão conjunta com as autarquias em locais das zonas ribeirinhas e áreas da náutica de recreio. Apesar de estar a ser preparada legislação especifica sobre a matéria, a legislação actual permite à Docapesca celebrar contratos de gestão com as autarquias relativamente a essas áreas.

Neste momento, a Docapesca mantém contratos de gestão com algumas autarquias, como é o caso de Póvoa de Varzim, Lagos e Olhão. Em preparação estão contratos semelhantes com as autarquias de Loulé e Esposende. E no caso da Fuzeta, o contrato está numa fase final.

A modernização das infra-estruturas e a continuação da requalificação dos edifícios, com vista a melhorar a cadeia de frio e a qualidade e segurança alimentar, é outro dos objectivos do actual Conselho de Administração da Docapesca. Nessa matéria, existem vários projectos, que se enquadram nos objectivos estratégicos do Ministério do Mar.

Um projecto já aprovado no âmbito do Mar 2020 para o porto da Nazaré é exemplo da concretização das políticas de sustentabilidade do Ministério do Mar.

Trata-se de criar um porto sustentável, inovador e inclusivo, baseado no conceito de economia circular. Um dos objectivos é a recolha do lixo marinho e sua transformação em energia, reduzindo os custos para os utilizadores do porto.

É ainda de salientar que a empresa está a colocar em prática o compromisso assumido pela Ministra do Mar na Convenção das Nações Unidas para os Oceanos no âmbito do ODS 14 através da implementação do projecto «A pesca por um mar sem lixo» em todos os portos do país e que foi iniciado em 2016, no porto de Peniche. Em 2017, já foi implementado em Aveiro e na Culatra e está em implementação em Sesimbra. Seguem-se até 2020 os restantes portos do continente.

No quadro da modernização, a Docapesca também quer valorizar e qualificar os seus recursos humanos.

Em 2017, foram contratados, após autorização do Ministério do Mar e do Ministério das Finanças, 20 operadores de exploração e nove técnicos superiores, que já estão integrados na empresa. Trata-se de reforçar a empresa com trabalhadores qualificados e motivados, aumentando a produtividade e a qualidade do trabalho.

Para além dos objectivos já referidos, a empresa continua a sua estratégia de apresentar, anualmente, resultados positivos, fruto da melhoria da eficácia e eficiência dos serviços e da contenção da despesa.



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