Ao admitir que a Índia invista no porto de Sabang e admitir o acesso de navios militares indianos ao porto, a Indonésia reage contra a influência crescente da China na região
IMO

O ministro para a Coordenação dos Assuntos Marítimos da Indonésia, Luhut Pandjaitan, anunciou na última semana em Nova Deli que a Índia vai investir no porto de águas profundas de Sabang, em Aceh, na Indonésia, próximo da entrada noroeste do Estreito de Malaca, refere o Maritime Executive.

De acordo com a publicação, Luhut Pandjaitan acrescentou que o investimento é extensível à zona económica de Sabang e inclui a construção de um hospital. Mas referiu igualmente que o porto é adequado para receber navios militares e fonte oficial indonésia terá admitido ao jornal The Hindustan Times que existe uma intenção não formalizada de admitir navios militares indianos no porto.

Trata-se de um porto situado a poucas centenas de milhas náuticas de uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo, como é o Estreito de Malaca, e o ministro indonésio terá também admitido que o seu país não quer ficar dependente do projecto chinês «Belt and Road», numa alusão à crescente influência da China na região.

O Maritime Executive recorda a propósito os antecedentes estratégicos do porto. No século XIX, terá sido desenvolvido pela Marinha holandesa como estação de carvão para abastecimento dos navios. Posteriormente, durante a II Guerra Mundial, foi uma base naval da Marinha Japonesa.

Apesar deste passado, continua a carecer de capital para realizar todo o seu potencial. Diz a publicação que desde 2005, o porto possui um cais de 180 metros de extensão, adequado para navios até 50 mil toneladas de porte bruto, sem gruas em terra. Já em 2009, a província de Aceh e a empresa Dublin Porto Co. chegaram a acordo para adaptar o porto a navios comerciais, incluindo navios tanque, prevendo 2,7 quilómetros de cais até 2015, mas o projecto permanece por desenvolver na sua plenitude.

 



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