Dentro de semanas, vai navegar a unidade de cruzeiros da Nicko Cruises, que correspondeu a um investimento de 70 milhões de euros do Grupo Mystic Invest e é a primeira de três encomendas semelhantes deste grupo empresarial
MS World Explorer

No último Sábado, foi inaugurado o navio de cruzeiros MS World Explorer, construído nos estaleiros da West Sea, em Viana do Castelo, numa cerimónia de gala que contou com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, do ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), Silva Ribeiro, do presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, do presidente do PSD, Rui Rio, do empresário do Grupo Mystic Invest, Mário Ferreira, e da ex-Primeira Dama de França, Carla Bruni, na qualidade de madrinha da embarcação, entre outras personalidades.

Com 12 metros de comprimento, 19 metros de largura, 4,7 metros de calado, oito pisos (seis dos quais de passageiros) e capacidade para 200 passageiros e 110 tripulantes, o navio representou um investimento de 70 milhões de euros do Grupo Mystic Invest e é o primeiro de uma série de três unidades de cruzeiros já encomendados aos estaleiros da West Sea. Os outros dois são o MS World Voyager e o MS World Navigator, que deverão começar a navegar em 2020 e em 2021, respectivamente, e correspondem a um investimento de 165 milhões de euros do Grupo Mystic Invest, financiado pelo ICBC Leasing Group e pelo Banco Industrial e Comercial da China, refere o jornal Expresso.

O navio navegará ao serviço da empresa de cruzeiros alemã Nicko Cruises, uma das que integra o Grupo Mystic Invest, tal como várias empresas portuguesas, como a Douro Azul e a Mystic Cruises, entre outras. Com arranque previsto para daqui a sete semanas, o navio contemplará rotas polares, atlânticas e mediterrânicas, e já tem lotação esgotada para os próximos cinco anos, segundo Mário Ferreira, citado pelo Expresso. Ainda a propósito das características do navio, o empresário lembrou que “tem um sistema de propulsão híbrida desenvolvido em parceria com a Rolls Royce” e “está preparado com um casco reforçado para navegar em águas com gelo até um metro de espessura”.

Mário Ferreira sublinhou também que a construção do navio envolveu cerca de 3.500 trabalhadores de 32 nacionalidades, requereu 2.860 toneladas de aço e mais de 500 quilómetros de fios. Além disso, só no casco, terão sido despendidas 800 mil horas. Tem ainda uma classificação Ice Class 1B e Polar Class C. Em informação atribuída a Silva Ribeiro e que terá sido partilhada com António Costa, segundo o Expresso, em Portugal, não era construído um navio destas dimensões há cerca de 45 anos.

Na ocasião, o Primeiro-Ministro elogiou os estaleiros de Viana do Castelo, que também irão construir seis navios para a Marinha portuguesa, considerando-os “uma referência da capacidade de renovação da indústria naval do país”, e Mário Ferreira, que considerou “um exemplo extraordinário da qualidade dos empresários do sector do turismo” nacional. Sobre o navio, António Costa considerou que, tal como os outros dois já encomendados, por integrar a indústria naval, o mobiliário, as loiças, o têxtil e a hotelaria nacionais, será um embaixador de Portugal em todo o mundo.



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